Ministros do STF decidem encontrar Bolsonaro só após ele reconhecer que perdeu eleição

Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução/Socialismo Criativo

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram não se encontrar com o presidente Jair Bolsonaro, do PL, até que ele reconheça publicamente o resultado da eleição do último domingo (30). Lula venceu e irá comandar o Brasil nos próximos quatro anos.

Bolsonaro convidou os integrantes do tribunal para uma conversa no Palácio da Alvorada, mas não houve confirmação da presença de ninguém, segundo a jornalista Carolina Brígido, do UOL.

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Alerta

A preocupação na corte acontece após manifestantes tomarem conta de rodovias, em protesto contra o resultado das eleições desde o último domingo (30). Segundo o último balanço divulgado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), até a publicação desta nota, há bloqueios em 227 rodovias federais.

Os manifestantes, contrários ao resultado das eleições, fecharam, total ou parcialmente, as estradas usando os próprios veículos como bloqueio ou ateando fogo em pneus e outros materiais.

Segundo apuração do jornal “O Estado de S. Paulo”, a presidente do STF, Rosa Weber, e os ministros Gilmar Mendes e Luiz Fux mostraram disposição para o diálogo, no entanto, decidiram só atender ao convite depois que Bolsonaro reconhecer sua derrota nas urnas. Uma nova conversa entre os ministros sobre o tema acontecerá na tarde desta quinta-feira (1)

Silêncio de Bolsonaro

É tradição que o presidente eleito e o adversário façam pronunciamentos após a apuração das urnas. Contudo, o atual presidente Jair Bolsonaro, do PL, permanece em silêncio. Ele foi o primeiro candidato desde 1998 a não se pronunciar no dia da apuração.

Até o momento, mais de um dia após confirmação do próximo presidente, Bolsonaro ainda não falou nada e nem fez nenhuma publicação nas redes sociais.

Há o entendimento de que o silêncio do presidente tem sido citado pelos manifestantes como sinal de que a derrota não deve ser aceita.

STF

O Supremo Tribunal Federal formou maioria, na madrugada desta terça-feira (1º), a favor da determinação do ministro Alexandre de Moraes de desbloqueio das rodovias, que passaram a ser ocupadas por caminhoneiros após a vitória de Lula.

Moraes ordenou que o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Marques, seja multado em R$ 100.000 a partir desta terça, seja afastado do cargo e preso caso não adote, imediatamente, as medidas necessárias. E ainda que donos de caminhões usados em bloqueios sejam multados em R$ 100.000 por hora.

Vale destacar que muitos dos atos foram creditados a grupos de caminhoneiros, porém, entidades e lideranças do setor rechaçam a participação.