Para defender sua posição contra o uso obrigatório de máscaras contra a Covid-19, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, comparou nesta sexta-feira (8) o uso da proteção com o uso de preservativos.
“Eu vou fazer uma lei obrigando as pessoas a usar preservativo? Imagina”, afirmou o ministro, no dia em que o Brasil ultrapassou a marca de 600 mil mortos pelo novo Coronavírus. Além do Brasil, apenas os Estados Unidos registraram tantos óbitos por causa da doença. A Índia, que possui o terceiro maior número de vítimas devido ao novo Coronavírus, ainda não chegou às 500 mil mortes.
A Covid-19 é transmitida, sobretudo, pelo ar e, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), as formas de prevenção mais eficazes são a vacinação, o uso de máscaras, ventilação e distanciamento. O uso de preservativos, por outro lado, é recomendado para evitar o contágio por Infecções Sexualmente Transmissíveis ou evitar gravidez.
Na opinião do ministro, leis que obriguem o uso de máscaras são ineficazes e a população deveria se conscientizar. “Em relação a máscaras, minha posição é clara: o cuidado é individual, o benefício é de todos. Ocorre que existem leis que querem obrigar as pessoas a usarem máscaras. Essas leis são absolutamente ineficazes. O que nós temos que fazer é que as pessoas se conscientizem”, afirmou.
Durante a coletiva Queiroga disse que 354 milhões de doses de vacinas estarão disponíveis para a campanha de vacinação contra a Covid-19 de 2022. O chefe da pasta usou os dados da imunização contra a doença para afirmar que a atual campanha é a maior já realizada no Brasil.
Em entrevista coletiva nesta sexta-feira (8), Queiroga disse ver um cenário positivo para a pandemia no Brasil, afirmou que a campanha de vacinação do ano que vem será eficiente e que 2022 será marcado pelo “fim da pandemia”.
Apesar dos planos, de acordo com o secretário-executivo do ministério, Rodrigo Cruz, ainda há dúvidas que precisam ser esclarecidas para o planejamento da nova campanha, como qual será o público-alvo da imunização, quais vacinas serão incluídas e em quanto tempo será necessária uma reaplicação das doses. “Hoje o mundo não tem essas respostas”, disse Cruz.
O ministro também afirmou que pode considerar o uso da Coronavac na vacinação do ano que vem caso o Instituto Butantan consiga o registro definitivo da vacina junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Atualmente, o imunizante tem registro para uso emergencial e a avaliação no ministério é que o Butantan tem demorado a fazer o pedido, diferentemente da Pfizer e da Astrazeneca, que já tem registro final. Nessa quinta-feira (7), o Ministério da Saúde disse à CPI da Covid-19 que a Coronavac não está nos planos para a campanha de vacinação de 2022 , principalmente pela aprovação emergencial e pela “baixa efetividade entre idosos acima de 80 anos”, segundo a pasta .
Técnicos do Ministério da Saúde estariam avaliando o custo-benefício de cada vacina e sua efetividade para a compra de novas doses.
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