Mesmo após crítica do pai, Eduardo Bolsonaro volta a defender ‘novo AI-5’

Em meio à repercussão sobre sua declaração, de que o governo poderia responder com “novo AI-5” a uma eventual “radicalização da esquerda”, o deputado federal Eduardo Bolsonaro publicou na tarde desta quinta-feira (31) um vídeo no Twitter em que diz que “não quer isso (o AI-5)”, mas que a medida poderia ser justificada porque a esquerda “não aceitaria” a derrota nas urnas.

Reforçando o que declarou em entrevista à jornalista Leda Nagle, Eduardo voltou a dizer que o contexto do Chile, que passa por protestos contra medidas do presidente Sebastián Piñera, pode ser replicada no Brasil.

“O que a esquerda está chamando de protestos e querendo trazer para o Brasil, na verdade a gente sabe que são vandalismos, depredações e chega sim, a ser terrorismo, porque eles querem fazer instabilidade política para tirar do poder um presidente que não é de esquerda, isso tudo está ‘perigando’ vir para o Brasil”, argumentou.

Citando o livro “A Verdade Sufocada”, do torturador reconhecido pela Justiça, coronel Carlos Brilhante Ustra, o deputado lista episódios que também classifica como “atentados terroristas” e diz que eles não teriam divulgação porque “não convém pintar a esquerda como sendo agressiva”. “Eles como não aceitam o resultado democrático da eleição, sempre estão buscando a retomada do Brasil.”

Mais cedo, Eduardo também postou o vídeo do momento em que o pai, durante o julgamento da abertura de processo de impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff, cita o torturador. Na legenda, escreveu: “Se você está do lado da verdade, NÃO TENHAIS MEDO!”.

O que diz Jair Bolsonaro

Ao deixar a residência oficial do Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro foi questionado se concorda com um novo AI-5 e se a possibilidade está em estudo.

“O AI-5 já existiu no passado, em outra Constituição, não existe mais. Esquece. Vai acabar a entrevista aqui. Cobrem deles. Quem quer que seja que fale em AI-5, está sonhando. Está sonhando! Não quero nem que dê notícia nesse sentido aí”, respondeu. Em seguida, os jornalistas perguntaram se o presidente vai cobrar o filho por causa da declaração sobre o AI-5.

Bolsonaro afirmou em entrevista à TV Bandeirantes que o filho foi mal interpretado e que se policia porque qualquer palavra dita por ele ou seus familiares vira um “tsunami”. O presidente destacou que foi eleito democraticamente e que é contrário a qualquer medida autoritária.

Comentários

 




    gl