Eduardo Bolsonaro: ‘se esquerda radicalizar, resposta pode novo AI-5’

Filho do presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro voltou a defender o regresso da ditadura militar no Brasil e informou, em entrevista, que o governo pode aplicar um “novo AI-5”, caso a esquerda brasileira pressione em suas ações.

“Vai chegar um momento em que a situação vai ser igual a do final dos anos 60 no Brasil, quando sequestravam aeronaves, quando executavam-se e sequestravam-se grandes autoridades, consules, embaixadores, execução de policiais, de militares. Se a esquerda radicalizar a esse ponto, a gente via precisar ter uma resposta. E a resposta, ela pode ser via um novo AI-5, via uma legislação aprovada através de um plebiscito, como aconteceu na Itália. Alguma resposta vai ter que ser dada”, disse ele em entrevista concedida à jornalista Leda Nagle, publicada no Youtube nesta quinta-feira (31).

A resposta foi dada após a jornalista perguntar sobre os acontecimentos políticos em países vizinhos, como a eleição da chapa de Cristina Kirchner na Argentina e os protestos no Chile.

“É uma guerra assimétrica, não é uma guerra onde você está vendo o seu oponente do seu lado e você tem que aniquilá-lo, como acontece nas guerras militares. É um inimigo interno de difícil identificação aqui dentro do país. Espero que não chegue a esse ponto, mas a gente tem que estar atento”, completou o deputado.

Segundo o herdeiro do chefe do Executivo nacional, o governo acredita que esses protestos são financiados com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Sócio Econômico (BNDES), com verbas desviadas durante os governos petistas. “Seria muita ingenuidade a gente não achar que isso foi arquitetado”, apontou.

Na entrevista, Eduardo também reclamou que todos os acontecimentos ruins recaem sobre o seu pai: “Tudo é culpa do Bolsonaro, percebeu? Fogo na Amazônia, que sempre ocorre — eu já morei lá em Rondônia, sei como é que é, sempre acontece nessa estação — culpa do Bolsonaro. Óleo no Nordeste, culpa do Bolsonaro. Daqui a pouco, vai passar esse óleo, tudo vai ficar limpo e aí vai vir uma outra coisa, qualquer coisa — culpa do Bolsonaro”.

Em reação a declaração de Eduardo, o PSOL disse que vai entrar com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado. O partido estuda também uma representação no Conselho de Ética da Câmara contra Eduardo.

O que foi o AI-5

O AI-5, o mais duro de todos os Atos Institucionais, foi emitido pelo presidente Artur da Costa e Silva em 13 de dezembro de 1968. Isso resultou na perda de mandatos de parlamentares contrários aos militares, intervenções ordenadas pelo presidente nos municípios e estados e também na suspensão de quaisquer garantias constitucionais que eventualmente resultaram na institucionalização da tortura, comumente usada como instrumento pelo Estado.

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