Jair Bolsonaro: ‘Ou fazemos eleições limpas ou não teremos eleições’

Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução do YouTube

O presidente Jair Bolsonaro voltou a ameaçar a realização das eleições do ano que vem, na qual deve pleitear mais um mandato presidencial.

Em conversa com apoiadores, no Palácio da Alvorada nesta quinta-feira (8), Bolsonaro afirmou que as “eleições do ano que vem serão limpas”, em referência ao voto impresso, “ou não teremos eleições”.

“As eleições do ano que vem serão limpas. Ou fazemos eleições limpas no Brasil ou não teremos eleições”, disse o mandatário. A fala foi transmitida por um canal simpatizante ao governo.

Exaltado em certo momento, o presidente repetiu as ameaças de interferência no calendário eleitoral brasileiro se as coisas não forem feitas ao seu gosto.

O titular do Palácio do Planalto tem colocado o voto impresso como condição para legitimar o sistema eleitoral. O de hoje – pelo qual o atual chefe do Executivo nacional foi eleito para consecutivos mandatos como deputado federal, e para presidente da República, em 2018 – tem urnas eletrônicas sem impressão dos votos e, segundo Bolsonaro, permite fraudes.

O presidente costuma dizer que teria vencido a eleição de 2018 no primeiro turno, e já foi intimado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para apresentar provas do que alega.

Na semana passada, Bolsonaro afirmou que só passará a faixa presidencial se o voto for impresso. “Eu entrego a faixa presidencial para qualquer um que ganhar de mim na urna de forma limpa. Na fraude, não”, declarou durante transmissão ao vivo nas redes sociais, em 1º de julho.

Em maio, o presidente disse que, caso o voto impresso não seja implementado no pleito do próximo ano, “é sinal de que não vai ter eleição”.

Também em maio deste ano, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, determinou que uma comissão especial fosse criada para discutir a PEC do voto impresso.

Com 34 titulares e 34 suplentes, o colegiado é responsável por analisar o mérito do texto. Se aprovado, segue para votação no plenário da Câmara.

Por se tratar de uma PEC, o texto precisa do aval de 308 deputados, em dois turnos de votação. Se aprovado, vai para análise dos senadores.

Líderes de 11 partidos no Congresso Nacional já se reuniram nos últimos meses para rechaçar a proposta e ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já se manifestaram contrariamente à mudança, que segundo especialistas é uma ameaça à segurança do processo.

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