Filho de Bolsonaro teria namorado filha de suspeito de matar Marielle Franco

Ronnie Lessa, apontado como autor dos disparos contra Marielle, e Élcio Queiroz, suspeito de dirigir o carro. Foto: Divulgação/PCERJ

Ronnie Lessa, apontado como autor dos disparos contra Marielle, e Élcio Queiroz, suspeito de dirigir o carro. Foto: Divulgação/PCERJ

O delegado Giniton Lages, titular da Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro e um dos responsáveis pelas investigações da execução da vereadora Marielle Franco, confirmou nesta terça-feira (12) que a filha do policial militar reformado Ronnie Lessa, preso sob acusação de ser um dos autores do homicídio, namorou um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro.

Ao ser questionado por um jornalista sobre o suposto namoro da filha de Ronnie com “um dos filhos mais novos” de Bolsonaro, Lages confirmou, mas enfatizou que, até o momento, ele não tem relação alguma com o crime.

“Isso [o namoro] tem. Mas isso, para nós hoje, não importou na motivação delitiva. Isso vai ser enfrentado no momento oportuno. Não é importante para esse momento”, acrescentou o delegado, sem dizer, contudo, qual dos filhos do presidente teria namorado a filha do suspeito.

Apontado como o possível autor dos disparos de arma de fogo, Lessa mora no mesmo condomínio onde Bolsonaro e seu filho Carlos Bolsonaro têm casa, na Barra da Tijuca. O fato de um dos detidos residir no mesmo lugar, segundo o delegado, não tem relação com o caso Marielle.

De acordo com o delegado, Ronnie Lessa tem perfil de alguém que praticou crime de ódio. O suspeito, aponta a investigação, fez diversas pesquisas sobre personalidades políticas ligadas à esquerda, como o deputado federal Marcelo Freixo, então deputado estadual e adversário político da família Bolsonaro.

Lages disse também que as dúvidas que restam em relação ao assassinato da vereadora e do motorista Anderson Gomes serão respondidas somente na segunda fase da investigação, que tentará esclarecer quem foi o mandante e qual a motivação do crime.

Além do sargento da PM reformado Ronnie Lessa, a polícia também prendeu o ex-Policial Militar Elcio Vieira de Queiroz, que foi expulso da corporação e é suspeito de dirigir o Cobalt clonado utilizado no assassinato. Logo após a prisão, começou a circular nas redes sociais uma foto de Queiroz ao lado de Bolsonaro em 4 de outubro do ano passado, três dias antes do primeiro turno das eleições. O delegado disse que este fato também não implica o presidente no caso.

A vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes foram mortos com 13 tiros em 14 de março do ano passado. O crime completa um ano nesta semana. Lessa afirmou que a execução pode ser considerada crime de ódio, caracterizado por motivo torpe. A vereadora foi morta com tiros na cabeça e o motorista foi alvejado pelas costas. Uma testemunha, que trabalhava com Marielle, sobreviveu ao ataque.

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