Embaixadores ficam em silêncio após fala de Bolsonaro; oposições reagem

Embaixadores de dezenas de países foram convidados pelo presidente da República Jair Bolsonaro (PL) para uma reunião na tarde desta segunda-feira (18), em Brasília.

O tema do encontro girou em torno da tese do presidente sobre as urnas eletrônicas e o sistema de votação brasileiro. Bolsonaro vinha defendendo o interesse de contar a eles “o que aconteceu no país em eleições passadas”. Em seu discurso, o chefe do Executivo voltou a fazer acusações sobre a segurança e a confiabilidade do processo, além de criticar o Supremo Tribunal Federal e o Tribunal Superior Eleitoral. Ao final de seu discurso, o silêncio tomou conta do espaço reservado no Palácio da Alvorada (assista ao vídeo na íntegra):

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Em tempo real, o TSE rebateu as suspeitas levantadas por Bolsonaro. O ministro Edson Fachin, sem mencionar o nome do presidente, atacou o que chama de grave “acusação de fraude e má-fé”.

A manifestação de Fachin aconteceu durante evento da Ordem dos Advogados do Brasil. Na avaliação do presidente da Corte, esse tipo de declaração sobre as urnas e todo o processo tenta “sequestrar” a opinião pública e a estabilidade política.

A lista de embaixadores presentes não foi divulgada e os carros das embaixadas chegaram ao Palácio do Alvorada sem identificação.

Participaram da reunião o chanceler Carlos França, os ministros Paulo Sérgio Oliveira (Defesa), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Ciro Nogueira (Casa Civil), Célio Faria (Secretaria de Governo), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria-Geral) e o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e cotado para ser o vice na chapa à reeleição.

Oposição repudia encontro

Logo após o encerramento da reunião, representantes das oposições se manifestaram repudiando a iniciativa de Bolsonaro, diante de representantes oficiais de dezenas de nações, em desacreditar o processo eleitoral no Brasil (veja a repercussão):
https://twitter.com/LulaOficial/status/1549152378666078208?ref_src=twsrc%5Etfw