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Em novo áudio, Queiroz xinga promotores e diz que investigação ‘até demorou’

Um novo áudio divulgado na tarde desta segunda-feira (28) pelo UOL mostra o ex-assessor Fabrício Queiroz xingando promotores do Ministério Público do Rio de Janeiro e dizendo que a investigação no gabinete do então deputado Flávio Bolsonaro “até demorou”.

“Esses depoimentos, cara, eles vão lá e pegam mesmo, esses filhos da puta, rapaz. Até demorou a pegar. O Agostinho foi depor no dia 11 de janeiro, parece que ele foi depor. Já publicaram o depoimento dele na íntegra”, disse Queiroz em conversa revelada pela jornalista Constanza Rezende.

Agostinho, a quem se refere Queiroz, é Agostinho Moraes da Silva, ex-funcionário de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), que disse em depoimento ao MP-RJ que depositava dois terços do salário na conta de Queiroz – cerca de R$ 4 mil.

Fabrício Queiroz se refere ao inquérito aberto a partir de dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), hoje Unidade de Inteligência Financeira (UIF), que apontam “movimentações atípicas” em sua conta, no valor de R$ 1,2 milhão.

A investigação do MP-RJ foi paralisada no dia 15 de julho, depois de uma decisão do ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal.

O áudio de Queiroz divulgado nesta segunda-feira foi repassado por um interlocutor, no dia 21 de fevereiro deste ano, por meio do aplicativo WhatsApp. A fonte que enviou a gravação à reportagem pediu para não ter o nome revelado.

No mesmo dia, Queiroz também disse, por meio de mensagem de texto, que o presidente Jair Bolsonaro, tinha que agir com firmeza e colocar só general no governo. “Pena que essa pika (sic) que caiu em mim, pois não dá nem pra falar nada”, lamentou. A defesa de Fabrício Queiroz afirmou que não irá se pronunciar sobre o conteúdo do áudio.

Caso Queiroz

Fabrício Queiroz é figura central no escândalo de movimentação financeira suspeita, que gerou uma investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro contra o senador Flávio Bolsonaro.

A investigação começou após um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) ter identificado uma movimentação suspeita de 1,2 milhão de reais na conta de Queiroz entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017.

Flávio Bolsonaro e Fabrício Queiroz. Foto: Reprodução de Internet

De acordo com o relatório, diversos saques e depósitos em dinheiro vivo foram feitos na conta de Queiroz. Oito assessores do então deputado estadual Flávio Bolsonaro transferiram recursos em datas próximas aos pagamentos de servidores da Assembleia Legislativa do Rio.

No final de setembro, o ministro Gilmar Mendes, do STF, acatou um pedido da defesa de Flávio e determinou a suspensão das investigações pelo Ministério Público do Rio e da tramitação no Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) de recursos relacionados ao caso, até o julgamento do tema pelo Supremo.

Desde que o caso foi revelado, Queiroz teve raras aparições públicas. De acordo com sua defesa, ele está em São Paulo desde dezembro do ano passado para o tratamento de um câncer.

Presidente Jair Bolsonaro e Flávio Bolsonaro afirmam que não conversam com Fabrício Queiroz desde que a atípica movimentação financeira do ex-assessor veio à tona, no fim de 2018.

Fabrício Queiroz confessou que recebia parte dos valores dos salários dos colegas de gabinete, mas diz que usava esse dinheiro para remunerar assessores informais de Flávio, sem o conhecimento do então deputado.

No depoimento por escrito, entregue ao Ministério Público do Rio em 28 de fevereiro deste ano, Queiroz disse que tinha uma função que “se assemelhava a do chefe de gabinete” e que “tinha a possibilidade de nomear assessores”. No entanto, segundo ele, atuava para “gerenciar as questões relacionadas à atuação dos assessores fora do gabinete do deputado”.

Leia também:

– Em áudio, Queiroz diz temer consequências de investigação do MP

– Na ativa, Queiroz negocia ‘500 cargos lá, na Câmara e no Senado’ em nome de Flávio Bolsonaro

Redação SRzd

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Tags: Agostinho Moraes da SilvaAlerjCOAFdestaqueFabricio QueirozFlavio BolsonaroMinistério Público do Rio de JaneiroSTF

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