Comércio prevê queda nas vendas de final de ano; perdas de R$ 44,7 bi

Comércio em SP. Tânia Rêgo/Agência Brasil

Comércio em SP. Tânia Rêgo/Agência Brasil

Com a alta da inflação, superando a casa dos dois dígitos, dos juros de cartão e cheque especial e a queda na renda, o quarto e mais importante trimestre do ano para o varejo não deve corresponder ser dos melhores.

Estudo feito pela CNC, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, aponta que o faturamento do setor deverá ser de cerca de R$ 44,7 bilhões abaixo do que estava previsto num cenário mais favorável, projetado no começo de 2021.

A CNC considerava inflação de 3,32%, assim como a média projetada pelo Banco Central, juros ao consumidor em 40,8% ao ano, e a estimava de um faturamento de R$ 792 bilhões entre outubro e dezembro.

A realidade se provou diferente e o índice de preços acelerou ao longo do ano. Juros em crediários já estão na casa dos 44% ao ano, refletindo a alta básica estabelecida pelo Banco Central para combater a subida dos preços e conter a o processo inflacionário.

A combinação de perda do poder de compra e crédito mais caro afeta frontalmente o consumo. A CNC estima que o faturamento do comércio no país vai ficar em R$ 747,3 bilhões, uma queda de 5,6% em relação à estimativa anterior.

“Nesse cenário de inflação, fica muito difícil a Black Friday emplacar. Uma comparação feita desse ano para o ano passado, em uma avaliação de mais de 34 linhas de produtos mais procuradas na Black Friday, detectamos que apenas 26% desses itens tem um alto potencial de desconto este ano. Na edição do ano passado era de 46%. Com isso conseguimos observar como o cenário da inflação impactou a Black Friday deste ano”, explica o economista-chefe da CNC e responsável pelo estudo, Fabio Bentes.

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