Cardápio das Forças Armadas mostra descolamento do governo com realidade do povo

Walter Braga Netto. Foto: Reprodução da TV

Nesta sexta-feira (8) foi tornado público um cardápio para abastecer as Forças Armadas do Brasil.

Para espanto do contribuinte, inclui itens como como picanha, salmão e até filé mignon. De janeiro de 2021 a fevereiro de 2022, sob a gestão do ex-ministro da Defesa Braga Netto, foram identificados processos no valor total de R$ 25,3 milhões para adquirir 557,8 mil quilos, só de filé mignon. Os dados foram identificados em levantamento realizado pelo deputado Federal do estado de Goiás, Elias Vaz (PSB).

Além dos valores consideráveis para um país com milhões de desempregados e tantos outros que sequer têm acesso ao mínimo e elementar para sua subsistência, as “iguarias” elencadas no menu militar escancaram o descolamento das autoridades com a realidade da população.

No momento em que milhares de famílias anseiam por um atendimento médico decente, ensino de qualidade e acesso aos itens básicos de consumo, a administração Federal usa os recursos do contribuinte para investir em gastos incompatíveis para um país pobre e com tantas demandas históricos nunca resolvidas.

O cardápio dos militares também inclui 373,2 mil quilos de picanha, no valor total de R$ 18,7 milhões, e 254 mil quilos de salmão, somando R$ 12,2 milhões. Esses montantes se referem a processos de compra, feitos mediante pregão ou dispensa de licitação, que foram aprovados e vão sendo adquiridos pelas Forças Armadas, gradativamente.

“É vergonhoso! Enquanto tem brasileiro se alimentando de sopa de osso, o governo Bolsonaro gasta milhões com luxos para um pequeno grupo. Com certeza esse cardápio não é para os soldados rasos, mas para a cúpula das Forças Armadas. O preço da carne não subiu 42% nesse período. Há indícios de irregularidades e vamos investigar detalhadamente todos os processos. Caso sejam constatados problemas, vamos denunciar ao Tribunal de Contas da União”, afirmou Elias Vaz.

As denúncias foram apresentadas ao Ministério Público Federal e ao Tribunal de Contas da União. O TCU recomendou a fiscalização das compras. O MPF distribuiu a representação aos estados e já foram instalados mais de 20 processos de investigação.

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