Brasil: 33,1 milhões de pessoas estão passando fome

Pessoa busca alimentos no lixo. Foto: Pikist

Pessoa busca alimentos no lixo. Foto: Pikist

Uma pesquisa aponta que 33,1 milhões de pessoas passam fome diariamente hoje no Brasil. O levantamento foi feito pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional e o Instituto Vox Populi.

Os dados mostram que o país retrocedeu quase 30 anos: em 1993 eram 32 milhões de pessoas sem ter o que comer. O estudo mostrou que 6 a cada 10 brasileiros convivem com algum grau de insegurança alimentar.

Ao todo, são 125 milhões de pessoas nesta situação, o que representa um aumento de 7% desde 2020, quando começou a pandemia, e de 60% na comparação com 2018.

Segundo o IBGE, o conceito de insegurança alimentar abarca uma escala que vai desde aqueles indivíduos que têm risco de passar fome em um futuro próximo, passando pelos que restringem a quantidade de comida para a família até os que não têm alimento na mesa.

Entre os entrevistados que relataram endividamento, quase metade (49,1%) convive com algum grau de restrição de alimentos ou fome. Quando considerados aqueles que precisam vender bens ou equipamentos de trabalho para comer, 48,7% passavam pela insegurança alimentar moderada ou grave.

Mais números

Ainda segundo a pesquisa, a fome é historicamente maior nos lares chefiados por mulheres e com crianças menores de 10 anos, além de penalizar mais pretos e pardos e menos escolarizados.

Nas casas em que a mulher é a pessoa de referência, a fome já fazia parte de 11,2% desses domicílios em 2020. Em 2022, passou para 19,3%, quase o dobro. Nos lares que têm homens como responsáveis, a fome passou de 7,0% para 11,9% no mesmo período.

Em pouco mais de um ano, a fome dobrou nas famílias com crianças menores de 10 anos: de 9,4% em 2020 para 18,1% em 2022. Na presença de três ou mais pessoas com até 18 anos no grupo familiar, a fome atingiu 25,7% dos domicílios.

Nos lares com apenas moradores adultos, por outro lado, a segurança alimentar chegou a 47,4%, número maior do que a média nacional. Na comparação com a edição de 2020 da pesquisa, a fome saltou de 10,4% para 18,1% em 2022 entre os lares comandados por pretos e pardos.

Quando consideradas as grandes regiões do Brasil, os números mostram que a fome é maior no Norte e Nordeste. Respectivamente, 71,6% e 68% dos lares nestas regiões lidam com algum grau de insegurança alimentar – índices maiores do que a média nacional, de 58,7%.

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