Bolsonaro sobre presidente da Ucrânia: ‘Não tenho o que conversar com ele’
O presidente Jair Bolsonaro disse que, no momento, não tem o que dialogar com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, sobre a guerra pela qual o país passa, com invasões de tropas militares da Rússia.
“Alguns querem que eu converse com o presidente da Ucrânia. No momento, não tenho o que conversar com ele. Eu lamento aqui. Se depender de mim, não teremos guerra”, comentou Bolsonaro.
Nesta segunda-feira (28), o encarregado de negócios da Embaixada da Ucrânia no Brasil, Anatoliy Tkach, afirmou que Bolsonaro está “mal informado” e sugeriu que ele conversasse com Zelensky para mudar a orientação de neutralidade em relação ao conflito entre os países europeus.
Bolsonaro havia criticado a escolha dos ucranianos por Zelenky. “O povo confiou a um comediante os destinos da nação”, disse ele em coletiva de imprensa. Ele também disse não enxergar a ação russa como um “massacre” com a população ucraniana.
Antes de ser eleito, Zelensky era um comediante que representava um presidente fictício em uma série de televisão de sucesso.
A ação militar da Rússia contra a Ucrânia teve início na última quinta-feira (24). Dias antes, Bolsonaro visitou o país governado por Vladimir Putin.
Ressaltando que não tomará partido, o presidente brasileiro lembrou que a Rússia já defendeu o Brasil diante de críticas da comunidade internacional pela alta no desflorestamento da Amazônia na sua gestão, e que, por isso, não pode virar as costas para os russos.
“Quando se discutiu, em mais de um momento, questões climáticas no mundo, países do lado de cá, lá da Otan [Organização do Tratado do Atlântico Norte] queriam decidir que a autonomia da Amazônia não seria mais nossa, deveria ser administrada por um pool de países do mundo. Quem ficou do nosso lado e falou que a Amazônia é dos brasileiros foi o presidente [da Rússia, Vladimir] Putin”, justificou o presidente.
Bolsonaro lembrou ainda que a Rússia é um importante parceiro comercial do Brasil na venda de fertilizantes, e que um eventual problema nessa relação pode interferir no agronegócio brasileiro.
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