Bolsonaro: ‘Se você fizer lockdown vai me foder e perco a eleição’, afirma site

A médica cardiologista Ludhmila Hajjar recusou o convite do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para assumir o Ministério da Saúde, após encontro em Brasília no último domingo (14).

Segundo o site Poder360, a reunião no Palácio da Alvorada teve certo constrangimento, uma vez que Ludhmila esteve, na mesma sala onde recebeu a proposta do governo, com o general Eduardo Pazuello, atual titular da pasta.

Ainda segundo o 360, a médica foi sabatinada pelo presidente e um de seus filhos, Eduardo Bolsonaro, deputado federal por São Paulo. Ambos teriam indagado o que Hajjar achava sobre dois temas: aborto e armas. Segundo apuração do Poder, ela respondeu que considerava a questão das armas algo relacionado às polícias e às Forças Armadas e que não nutria simpatia por armar a população. Não foi possível apurar sua resposta em relação ao aborto.

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Em outro momento, Bolsonaro quis saber o que a médica achava da Cloroquina, medicamento defendido por ele para tratamento da Covid-19, embora sua eficácia e indicação não tenha comprovação científica. Ludhmila disse que não iria desdizer o presidente caso liderasse eventualmente o Ministério da Saúde, mas que essa fase já havia passado.

A reportagem do Poder360 apurou também que Bolsonaro dirigiu-se a Ludhmila sobre sua postura diante do isolamento social: “Você não vai fazer lockdown no Nordeste para me foder e eu depois perder a eleição, né?”.

Eduardo Pazuello fez nesta segunda-feira (15) um balanço das ações do Ministério da Saúde no combate à pandemia. Durante sua fala, afirmou que não pediu para sair, mas confirmou a busca de um nome por Bolsonaro para substituí-lo.