Bolsonaro ameaça cortar relações diplomáticas com Cuba

Jair Bolsonaro. Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Jair Bolsonaro. Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O presidente eleito Jair Bolsonaro declarou que não há motivos para manter relações diplomáticas com Cuba pois o país caribenho desrespeita os direitos humanos e porque não há negócios a serem feitos.

Em entrevista publicada nesta sexta-feira (2) no jornal “Correio Braziliense”, Bolsonaro criticou o modelo do programa Mais Médicos, no qual 11.420 médicos cubanos trabalham em áreas pobres e remotas no Brasil.

“Olha, respeitosamente, qual o negócio que podemos fazer com Cuba? Vamos falar de direitos humanos? Pega uma senhora que está aí de branco, que veio no programa Mais Médicos. Falei ‘senhora’ porque não sei se ela é médica, não fez programa de revalidação. Pergunta se ela tem filhos. Já perguntei. Tem dois, três, estão em Cuba. Não vêm para cá. Isso para uma mãe, não é mais que uma tortura? Ficar um ano longe dos filhos menores? Quem vem para cá de outros países ganha salário integral. Os cubanos ganham aproximadamente 25% do salário. O resto vai para alimentar a ditadura cubana? Foi acertado há quatro anos, quando Dilma era presidente, que se alguém pedisse exílio seria extraditado. Dá para manter relações diplomáticas com um país que trata os seus dessa maneira?”, questionou Bolsonaro dizendo que tem interesse em manter o programa Mais Médicos, que conta com a participação de milhares de médicos cubanos, mas ressaltando que as regras que envolvem os especialistas do país caribenho precisam mudar.

“Queremos o Mais Médicos? Podem continuar. Revalida, salário integral e traz a família para cá. Eles topam? Queremos reciprocidade. Embaixada da Venezuela: o embaixador já veio para cá, a embaixada já foi desativada, não temos mais contato. Agora, veio no governo do Michel Temer, porque no governo do PT… Essa decisão teria que ter sido tomada há mais tempo: chamar o embaixador, conversar”, finalizou.

Bolsonaro diz que seus ministros terão carta branca para nomear seus secretários

Jair Bolsonaro afirmou que a “carta branca” concedida ao juiz Sérgio Moro no comando do futuro Ministério da Justiça e Segurança Pública não será uma exclusividade do magistrado.

Em entrevista à “RedeVida”, o presidente eleito disse que todos os outros ministros terão liberdade para montar suas equipes e pautar demandas. “O que estou cobrando é produtividade”, apontou sobre a extensão da “carta branca” aos outros ministros.

Entretanto, ponderou que apesar da “carta branca”, as decisões tomadas por todos os ministros, passarão primeiro por sua avaliação, antes de serem comunicadas para a imprensa e para o Congresso.

“Foi assim que coloquei para o Paulo Guedes, quando falei que não entendia de economia. Não preciso ser médico para nomear ministro da Saúde. O que queremos é inflação baixa, taxa de câmbio controlada, não aumentar dívida interna, não aumentar carga tributária. Ele (Paulo Guedes) é renomado dentro e fora do Brasil. Temos que acreditar nele. Não temos outra alternativa. Como está o Brasil, a tendência é quebrar é transformar-se numa Grécia. Essa carta branca ele tem”, acrescentou.

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