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Referências e inspirações femininas

Desde que passei a ser colunista deste conceituado canal, normalmente, escrevo sobre cultura e educação. Em meio à quantidade de obras e livros lidos aproveitei – a oportunidade do novo formato SRzd – para falar de três mulheres que são referências na minha trajetória de jornalista e futura advogada.

A década de 2003 a 2013 revelou aumento de 54,2% no total de assassinatos de mulheres negras. Proporcionalmente ao tamanho das respectivas populações, concluiu-se que no ano de 2013 foram assassinadas 66,7% mais meninas e mulheres negras em relação às brancas. O estudo também destacou o aumento de 190,9% de outras formas de violência contra essas meninas e mulheres, na mesma década. De fato, segundo dados da Central de Atendimento à Mulher (ligue 180), 59,4% dos registros de violência doméstica referem-se a mulheres negras.

O Dossiê Mulher 2015, do Instituto de Segurança do Rio de Janeiro, aponta que 56,8% das vítimas dos estupros registrados no Estado em 2014 eram negras. De acordo com o Ministério do Trabalho, a mulher negra é a maioria dentre as vítimas de assédio moral e sexual, bem como entre as vítimas de tráfico de pessoas. Acredito que esses dados, também, sejam fontes de informação para a trajetória de mulheres negras, ativas e de muito sucesso. A começar por Luislinda Dias de Valoá Santos, uma desembargadora e a primeira magistrada negra do Brasil. No Governo Michel Temer, assumiu a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial. Estudou Teatro e Filosofia antes de se formar em Direito na Universidade Católica do Salvador. Foi autora da primeira sentença de condenação por racismo no País, em 1993.

Na América do Norte, observo a carreira de Oprah Gail Winfrey, apresentadora do programa de maior audiência da história da TV. Representa o sonho americano: a menina pobre com história amarga que ficou bilionária. Criada pela avó, sofreu abuso sexual na infância. Começou como repórter de TV antes de virar atriz. Vencedora de múltiplos prêmios Emmy por seu programa e indicada a um Oscar pelo filme “A cor púrpura”. Também é psicóloga.

E na área de comunicação, a ilustre Glória Maria Matta da Silva, jornalista. Na década de 1960 foi princesa do bloco Cacique de Ramos. Começou a trabalhar na área nos anos 70. Sua primeira reportagem para a “Rede Globo” foi a queda do Elevado Paulo de Frontin, em novembro de 1971 (o local é citado na música “O Bêbado e a Equilibrista”, de João Bosco e Aldir Blanc, 1969). A tragédia deixou 26 morros e 22 feridos. Glória foi a primeira mulher a cobrir uma guerra – Guerra das Malvinas, em 1982. Além do jornalismo, suas paixões são a leitura, a música e a dança.

Felizmente o número de mulheres no mercado de trabalho cresce a cada dia. Ainda há disparidade salarial e mesmo assim a caminhada é incessante. Por isso, vale buscar nomes ligados ao que procuramos desempenhar. E essa colunista é ávida pelo conhecimento. Risos. Aguardem novos textos e pesquisas. Aprenderemos juntos. Conto com vocês!

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