Bancada evangélica avalia pedir demissão de Milton Ribeiro após áudios vazados
A bancada evangélica na Câmara dos Deputados deu prazo de 24 horas para que o ministro da Educação, Milton Ribeiro, explique os áudios em que afirma que a distribuição de verbas da pasta é fruto da indicação de prefeituras por parte de um gabinete paralelo, formado por pastores, que funciona na pasta com a anuência de Jair Bolsonaro.
De acordo com a coluna de Mônica Bergamo, do jornal “Folha de São Paulo”, o recado para o ministro foi repassado diretamente para o ministro pelo líder da bancada, o deputado federal Sóstenes Cavalcante, do PL. Os parlamentares exigem que Ribeiro convoque uma entrevista coletiva para esclarecer o ocorrido. Alguns defendem a troca de comando do Ministério da Educação.
Segundo a reportagem, uma outra liderança ouvida pela reportagem teria dito que “apesar de sempre defenderem o governo de Jair Bolsonaro, não vão defender o indefensável – ou seja, que o ministro negocie verba por meio de pastores, numa espécie de ‘gabinete paralelo’”.
“O líder diz ainda que Milton Ribeiro sequer foi uma indicação do segmento evangélico, tendo conquistado o posto depois do apoio do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça”, destaca o texto.
Desdobramentos
Também nesta terça-feira (22), o senador Fabiano Contarato, do PT, afirmou que irá pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de um inquérito para apurar as denúncias envolvendo o ministro.
O senador Alessandro Vieira, do PSDB, usou sua conta no Twitter para afirmar que irá acionar a Procuradoria-Geral da República e o Ministério Público contra Milton Ribeiro pela suspeita de improbidade administrativa e tráfico de influência na liberação de verbas pela pasta.
Entenda o caso
O ministro da Educação afirmou em uma gravação que o governo dá prioridade a pedidos de verba negociados por dois pastores que não têm cargos oficiais, mas atuam de forma informal dentro do Ministério da Educação, atendendo a uma solicitação do presidente Jair Bolsonaro.
“A minha prioridade é atender primeiros os municípios que mais precisam e, em segundo, atender a todos que são amigos do Pastor Gilmar. Não tem nada com o Arilton, e tudo com o Gilmar. Por que ele? Porque foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do Gilmar”, afirmou Ribeiro no áudio.
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