Membro do comitê científico do estado do Rio defende suspensão total do Carnaval

Carnaval na Sapucaí em 2017. Foto: Fernando Grilli/Riotur

Carnaval na Sapucaí. Foto: Fernando Grilli/Riotur

Membro do comitê científico do estado do Rio de Janeiro, o infectologista e epidemiologista Roberto Medronho (UFRJ) declarou que vai pedir a suspensão de todo o Carnaval no estado. A afirmação aconteceu durante entrevista à GloboNews.

“Pertenço ao comitê científico do estado do Rio e teremos uma reunião hoje [sexta-feira]. Defenderei exatamente isso que estou falando publicamente: nós temos que suspender todos os festejos carnavalescos e podemos pelo menos adiar o Carnaval para o meio do ano para que possa ter uma situação um pouco melhor”, declarou Medronho.

Após o cancelamento do Carnaval de Rua na cidade, anunciado na última terça-feira (4), o prefeito Eduardo Paes confirmou a realização das apresentações nas escolas de samba na Marquês de Sapucaí entre os dias 27 de fevereiro e 5 de março. Para o infectologista, os desfiles deveriam ser suspensos, mesmo com controle de passaporte e testagem.

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“Não deve haver nem Marquês de Sapucaí e nem os bailes em clubes, mesmo que tenham um controle (de passaporte de vacinação e testagem). Acho que devemos ter um debate ético: qual o custo que queremos ter? Claro, porque não ter o Carnaval, nossa saúde mental e a economia perdem. Estamos dispostos a pagar com vidas para ter um momento de descontração e melhorar a economia?”, perguntou.

Infectologista e epidemiologista Roberto Medronho. Foto: Reprodução/GloboNews
Infectologista e epidemiologista Roberto Medronho. Foto: Reprodução/GloboNews

O epidemiologista fez questão de destacar que ele é um dos fundadores do bloco Simpatia é Quase Amor e alertou que o momento pior da ômicron no Rio ainda não chegou.

“Quem está falando isso é uma pessoa que, com muito orgulho, é compositor de samba, é carnavalesco e ajudou a criar outros blocos e que vive toda essa intensa movimentação cultural da cidade do Rio de Janeiro. Mas antes de tudo sou cientista e médico. E tenho que lutar pra preservar a vida. Então posso assegurar a vocês: o momento pior (da ômicron) ainda não chegou. Ainda viveremos um impacto muito grande da ômicron nas nossas unidades de saúde. Nós teremos muito sofrimento nas próximas semanas. Acho uma temeridade manter o Carnaval seja qual situação for”, afirmou.

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