Vídeo: componente da Dragões da Real acusa seguranças do Metrô paulistano de racismo

Caio Renan de Mello. Foto: Reprodução.

Componente do departamento de alegoria da Dragões da Real, Caio Renan de Mello afirmou ter sido vítima de racismo por parte de seguranças do Metrô de São Paulo.

Através das redes sociais, Caio revelou que o fato ocorreu na última terça-feira (2), durante o caminho para seu trabalho. Durante o trajeto, ele disse que dois seguranças entraram no vagão para retirar um homem negro que fazia uma apresentação de rima.

“Repentinamente, [os seguranças] olharam para mim e simplesmente mandaram eu me retirar do Metrô junto com o outro rapaz, alegando que eu estava junto a ele, mesmo eu negando. Cheguei a mostrar a minha funcional de trabalho, e eles simplesmente disseram que aquilo não valia de nada para eles”, contou.

Gravando a cena em seu celular, Mello perguntou qual o motivo para ser abordado desta forma. “Aproximaram-se de mim com tom de intimidação, porque estavam em dois seguranças, insistindo repetidamente para que eu saísse, porque eles queriam conversar comigo. Perguntei diversas vezes sobre o motivo daquele tipo de abordagem, se era apenas por causa da minha cor, porque tinha mais pessoas dentro do vagão e eles se dirigiram diretamente para mim”.

Em seguida, os seguranças mandaram ele abrir a bolsa para ser revistada e contou que foi ameaçado por eles ao descer na estação Santana do Metrô: “Continuaram me seguindo até a Estação Santana, onde tentaram me parar, ordenando que eu abrisse minha bolsa, porque eles tinham direito de fazer isso e que iriam olhar minha bolsa de qualquer jeito. Desci as escadas, com eles me conduzindo até a saída do Metrô e me ameaçando, dizendo: ‘a gente vai se encontrar uma próxima vez e você não vai escapar'”.

De acordo com o site UOL, a assessoria de comunicação do Metrô respondeu que “o incidente supramencionado pelo senhor Caio Renan de Mello (…) está sendo investigado e que as devidas providências serão adotadas”

Assista ao vídeo:

Confira o depoimento de Caio na íntegra:

“Eu estava dentro do metrô, como sempre, e tinha um rapaz também de pele negra no mesmo vagão que eu. Chegando à estação Carandiru, entraram dois seguranças para retirar o rapaz, porque ele estava fazendo um tipo de rima, uma cantoria no vagão.

Repentinamente, [os seguranças] olharam para mim e simplesmente mandaram eu me retirar do Metrô junto com o outro rapaz, alegando que eu estava junto a ele, mesmo eu negando. Cheguei a mostrar a minha funcional de trabalho, e eles simplesmente disseram que aquilo não valia de nada para eles.

Aproximaram-se de mim com tom de intimidação, porque estavam em dois seguranças, insistindo repetidamente para que eu saísse, porque eles queriam conversar comigo. Perguntei diversas vezes sobre o motivo daquele tipo de abordagem, se era apenas por causa da minha cor, porque tinha mais pessoas dentro do vagão e eles se dirigiram diretamente para mim.

Peguei meu celular para gravar toda a situação, que foi muito constrangedora. Fiquei me perguntando se a reação deles seria a mesma se estivesse uma pessoa branca no meu lugar.

Apesar disso, [os seguranças] continuaram me seguindo até a Estação Santana, onde tentaram me parar, ordenando que eu abrisse minha bolsa, porque eles tinham direito de fazer isso e que iriam olhar minha bolsa de qualquer jeito.

Alguns passageiros me acompanharam para que eles não tentassem algo pior comigo, pelo fato de eu estar sozinho. Desci as escadas, com eles me conduzindo até a saída do Metrô e me ameaçando, dizendo: ‘a gente vai se encontrar uma próxima vez e você não vai escapar’.

O que me deixa mais triste é saber que não estou sendo a primeira e muito menos serei a última pessoa a passar por esse tipo de tratamento diante dessas pessoas. Eu estou tendo uma oportunidade de expor o que aconteceu comigo, mas fico pensando quantas pessoas já passaram por isso e não tiveram esta chance. Até quando?”.










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