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UFC tolera ofensa de lutador americano contra o Brasil que disse que aqui é um “chiqueiro”

Colby Covington. Foto: Divulgação

Colby Covington. Foto: Divulgação

Todos sabemos que por trás do sangue jorrado por lutadores de MMA que se apresentam no evento UFC, muitas vezes em tristes espetáculos de selvageria se esconde também um modelo que eles chamam de show, lugar para o que eles dizem ser “atletas” que desempenham papel de “animadores de palco”, verdadeiros atores para vender os cards. O estilo do irlandês Conor Anthony McGregor deu certo e agora se reproduz como coelhos.

A comunicação utilizada pelo fanfarrão deu fama a Conor e muito, mas muito dinheiro. E, por isso, existem tantos “filhotes” repetindo as provocações antes dos combates. Pretende-se a exibição para os fãs se excitarem e, curiosos, comprarem ingressos e pay per view. E, neste caso, quem mais ganha são os donos do UFC. Eles estão multimilionários. Essa turma ganha os tubos aqui no Brasil. O próximo saque será em Belém, capital do Pará. O nosso país é uma presa fácil para eles.

Ocorre que todo este teatro acontece nos meses e dias que antecedem a luta. E, depois, terminado o confronto, os lutadores se abraçam, se confraternizam, e vão para casa como colegas de profissão. Sem mágoas. Mas existem alguns tontos que repetem tanto esta mentira e pensam ser verdade. E sobre um caso destes, específico, que nos deteremos aqui.

O marrento Colby Covington xingou o Brasil e os brasileiros para esquentar sua luta contra Demian Maia. Tudo dentro do esquadro promocional visando atrair atenção. Ele foi ao octógono e venceu Maia, com méritos. Não bastando a demonstração da sua superioridade, ele foi protagonista de um dos espetáculos mais deprimentes do UFC. Ele continuou suas ofensas sem graça. Criminosas, na verdade.

Colby foi altamente desrespeitoso, e ofendeu o Brasil e o seu povo. Não foi algo menor. “Eu deveria ter nocauteado. O Brasil é um chiqueiro. Esses animais imundos (brasileiros) não prestam. Não precisa de tradução e traz meu cinturão. Me dê o Tyronn Woodley”, esbravejou.

O repórter do UFC, Daniel Cormier, também lutador, – e campeão, pasmem! -, que o entrevistava, sorrindo (quando a atitude mínima deveria ser de condenação pela ofensa), não permitiu ao tradutor brasileiro dizer em português o que o falastrão tinha dito.

Rhoodes Lima e Luciano Andrade, do Combate. Foto: Divulgação
Rhoodes Lima e Luciano Andrade, do Combate. Foto: Divulgação

Mas parte da plateia que sabe inglês ficou indignada e tocou para fora o tal do Colby Covington embaixo de objetos. O curioso é que a melhor equipe de transmissão de TV deste tipo de modalidade, alojada no canal fechado Combate, liderada pelo excelente narrador Rhoodes Lima e o comentarista alto nível, Luciano Andrade, não traduziram. Eles condenaram o gesto, sem traduzir para os telespectadores que não dominam o idioma. Suspeita-se que tiveram cuidado porque são parte do espetáculo. Falha grave.

Quando se esperava que, após o evento, com calma e serenidade, os executivos do UFC fossem veementes, afinal de contas, os brasileiros não são porcos e nem nosso país é um chiqueiro, não foi o que aconteceu. A fala de um dirigente foi frouxa. Na verdade, uma decepção depois da triste atitude do compatriota que entrou e saiu do local de luta abraçado à bandeira dos Estados Unidos.

O próprio site Combate reproduziu a versão de um dos chefões do UFC, David Shaw, vice-presidente da organização para assuntos internacionais. É bem verdade que ele lamentou a conduta do lutador americano ao xingar brasileiros, mas também criticou torcedores por arremessar copos. E ficou por isso mesmo.

“Colby criticou o país e São Paulo com frases cheias de palavrões e preconceitos, e virou alvo da torcida no Ibirapuera após novos impropérios em cima do octógono. Uma chuva de copos caiu em cima do lutador na sua saída para o vestiário. David Shaw criticou tanto o público como o lutador.

– A reação do público durante toda a noite foi fantástica em geral. Os fãs brasileiros são muito inteligentes, conhecem o esporte muito bem, estavam com bastante energia. Quanto a reação à luta do Colby, não tem como apoiarmos nenhum fã jogando algo nos lutadores, mas levaremos a situação com Colby a sério. Já está sendo revisado junto com o nosso código de conduta. Não é algo que nos deixa felizes. Não ficamos felizes com isso essa noite. Não posso falar agora o que pode acontecer, mas vamos rever isso durante essa semana – afirmou o dirigente na coletiva após o evento”.

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