‘Verdades Secretas’: Emmy é só mais um passo no avanço da teledramaturgia brasileira
Prêmios são sempre importantes e muito comemorados por quem os recebe, afinal apontam que um determinado trabalho superou os concorrentes.
Na noite desta segunda-feira (21), “Verdades Secretas” venceu na categoria Melhor Novela da 44a edição do Emmy Internacional, considerado o Oscar da televisão.
Acompanhado de parte do elenco e dos diretores da novela, Walcyr Carrasco subiu ao palco para receber a estatueta e emocionado disse que este texto foi o resultado de uma entrega da alma.
“Foi uma novela inovadora, que trouxe assuntos polêmicos, como a prostituição no mundo da moda – o famoso book rosa – e a destruição humana causada pelo crack. Foi libertador escrevê-la. Em si só, uma viagem profunda ao meu interior como artista”, afirmou o autor.
“Verdades Secretas” prova que a boa dramaturgia na televisão pode ir além na abordagem dos mais ousados temas, desde que respeite o que o telespectador aceita assistir em cada faixa de horário. Cenas ousadas com forte carga sexual, nú feminino e masculino, drogas e traições simplesmente completaram uma boa trama criada por Walcyr Carrasco. Seria apelação se as atrizes e atores sem roupa aparecessem sem justificar esse momento, apenas para ter alguém pelado no vídeo.
Mais do que sexo e prostituição de luxo, o grande mérito de “Verdades Secretas” foi avançar na discussão sobre os efeitos do crack. Grazi Massafera se entregou à personagem que chegou no ponto mais fundo de onde o ser humano pode chegar com o vício. Foi um alerta impressionante e de um realismo tão grande que ficará marcado sempre na história da televisão.
O Emmy para “Verdades Secretas” foi justo e pode ser mais um estímulo para a teledramaturgia brasileira avançar na abordagem dos grandes tabus e contribuir para colocar nossa sociedade em outro patamar.
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