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‘O Advogado’: A história real de uma conscientização política

"O Advogado". Foto: Divulgação

“O Advogado”. Foto: Divulgação

Entre os dez filmes de maior público em todos os tempos na história do cinema sul-coreano , “O Advogado” chega aos cinemas brasileiros com um atraso de quatro anos. De linguagem direta, simples e linear (o que de certo modo ajuda a justificar seu grande público), o filme mostra sem rodeios a história real de Song Woo-Seok, um advogado discriminado por seus colegas por não ter curso superior. A premissa por si só já é interessante, pois através dela ficamos sabendo que na Coreia do Sul é possível advogar sem curso superior. O que, numa segunda análise, não chega a surpreender, principalmente quando se observa o nível da Justiça no Brasil. Mas isso é outro assunto.

Impulsionado por um boom imobiliário que acontece em Seul nos anos 80, Song enriquece dedicando-se a consolidar registros de imóveis, o que atrai ainda mais a ira de seus desafetos graduados. Autêntico, informal, longe das hipócritas convenções sociais da sua profissão, e com o único intuito de ganhar dinheiro, Song é um ponto fora da curva no mundo do Direito. Até o momento em que se envolve com o caso de um garoto que foi preso e torturado pelo governo autoritário da época. Indignado, ele mergulha nos bastidores e na imundície do mundo da política, não medindo esforços para provar a inocência do rapaz.

Cinematograficamente, “O Advogado” assume abertamente uma narrativa convencional que visa atrair o grande público, assentando-se para isso nas bases tradicionais das cinebiografias já testadas e aprovadas pelo mercado norte-americano. Não traz o frescor e as inventividades típicas do bom cinema sul-coreano, mas é hábil na arte de contar – com eficiência – uma história que tem o poder de prender a atenção da primeira à última cena. O carisma do ator principal (Kang-ho Song, que também atua em “O Hospedeiro”) também ajuda.

A trajetória real do protagonista vai bem mais além do que aparece no filme, mas falar algo sobre isso seria estragar a trama.

Com dezenas de prêmios e indicações em festivais asiáticos, o filme foi inspirado no Caso Burim, de 1981, quando durante o regime militar do ditador Chun Doo-hwan 22 estudantes, professores e trabalhadores foram presos sob a alegação de simpatizarem com os Norte Coreanos.

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