‘Soldados do Araguaia’ estreia nesta quinta-feira
Responsável por um dos documentários mais tocantes dos últimos anos no cinema brasileiro, “Menino 23: Infâncias Perdidas no Brasil” (2016), Belisário Franca aposta em uma parte da História do país pouco conhecida e explorada, a dos soldados que lutaram contra a Guerrilha do Araguaia no período da Ditadura Militar. Roteirizado por Franca e Ismael Machado, “Soldados do Araguaia” (2018) entrou em cartaz nesta quinta-feira, dia 22.
Contando com depoimentos de oficiais de baixa patente que afirmam terem lutado contra a guerrilha, o documentário se desenvolve de maneira a abordar não apenas as humilhações sofridas por estes militares, mas também a falta de preparo para o cenário de guerra. Assim, leva para as telas depoimentos que narram os fatos e as consequências, pois muitos voltaram para casa com traumas e problemas de readaptação. “Nós estamos aqui para dizer que aconteceu”, afirma o Soldado Fonseca próximo ao final do longa-metragem, uma vez que a missão não consta nos registros oficiais.
Ao contrário de seu trabalho anterior, calcado não apenas em depoimentos, mas em registros, Franca tem como base única os depoimentos de oito soldados da região de Marabá (Pará), intercalados com imagens que nem sempre corroboram a descrição dos acontecimentos da época da Guerrilha do Araguaia. O documentário perde um pouco de sua força por não conter depoimentos de moradores do local nem de outras cidades da região, que também tiveram seus jovens recrutados pelas Forças Armadas. Com isso, apesar da relevância do tema abordado, “Soldados do Araguaia” não tem material suficiente para dar riqueza de detalhes acerca da missão, o que influencia de certa maneira o seu resultado final.
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