Ana Carolina Garcia. Foto: SRzd

Ana Carolina Garcia

Jornalista formada pela Universidade Estácio de Sá, onde também concluiu sua pós-graduação em Jornalismo Cultural. Em 2011, lançou seu primeiro livro, "A Fantástica Fábrica de Filmes - Como Hollywood se Tornou a Capital Mundial do Cinema", da Editora Senac Rio.

‘Com Amor, Simon’: filme necessário em tempos de intolerância

“Com Amor, Simon”: Nick Robinson é o protagonista do longa dirigido por Greg Berlanti (Foto: Divulgação).

Adaptação cinematográfica de “Simon vs. the Homo Sapiens Agenda”, de Becky Albertalli, “Com Amor, Simon” (Love, Simon – 2018) é uma das principais estreias das salas de exibição brasileiras nesta quinta-feira, dia 05. Protagonizado por Nick Robinson, este longa tira a indústria da zona de conforto ao ter a coragem de levar para as telas a experiência do primeiro amor sob a ótica de um jovem homossexual, tornando-se um título necessário em tempos de intolerância.

 

O filme conta a história de Simon Spier (Robinson), jovem de 17 anos que conta os dias para a formatura do colégio e mantém sua orientação sexual em segredo para não mudar a sua vida por causa da opinião e/ou preconceito de terceiros, sobretudo dos colegas de escola. Mas a mudança torna-se inevitável após outro aluno postar no blog do colégio que é homossexual, assinando o texto com o codinome Blue. Assim, Simon assume a identidade de Jacques e entra em contato com o jovem. A troca de mensagens faz com que ele se apaixone por Blue e se torne obcecado em descobrir quem ele realmente é. Em meio a isso, Simon é chantageado por outro aluno que pretende contar seu segredo a todos, caso não receba sua ajuda para conquistar uma menina.

 

Simon com seu grupo inseparável de amigos (Foto: Divulgação).

 

Sob a delicada direção de Greg Berlanti, produtor de séries de sucesso voltadas ao público jovem nas últimas duas décadas, como “Dawson’s Creek” (Idem – 1998 – 2003) e “Everwood: Uma Segunda Chance” (Everwood – 2002 – 2006), “Com Amor, Simon” fala com a plateia com muita dignidade. Isto se deve ao roteiro bem estruturado de Elizabeth Berger e Isaac Aptaker, que respeita a essência de cada personagem, equilibrando drama, romance e humor de forma interessante e, por que não dizer, cativante. O resultado é um filme sensível e corajoso que evoca longas adolescentes dos anos 1990, especialmente “Nunca Fui Beijada” (Never Been Kissed – 1999), de Raja Gosnell, sobretudo em seu terceiro ato.

 

Longa aborda a importância do apoio familiar (Foto: Divulgação).

 

Contudo, o longa não funcionaria tão bem na tela grande se não tivesse um elenco à altura da história que se propôs a contar. Apostando em rostos pouco conhecidos do grande público, “Com Amor, Simon” tem como um de seus principais alicerces a escalação de seu elenco. Os atores estão à vontade em cena, assimilando com naturalidade as diferentes personalidades de seus respectivos personagens. No entanto, o grande destaque é o protagonista Nick Robinson. Popularmente conhecido como o Zach de “Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros” (Jurassic World – 2015), o ator de 23 anos empresta seu carisma a Simon, interpretando-o sem estereótipos e trabalhando seus questionamentos com propriedade, inclusive no que tange à dinâmica do núcleo familiar composto por ele, Jennifer Garner (Emily), Josh Duhamel (Jack) e Talitha Eliana Bateman (Nora), a irmã caçula que demonstra maturidade ao apoiar o jovem.

 

“Com Amor, Simon” é a típica comédia romântica adolescente ambientada no High School que tem como diferencial o fato de transmitir a mensagem de tolerância e respeito, mostrando como a base familiar é importante no momento em que o indivíduo precisa de apoio para ser ele mesmo e encarar o julgamento da sociedade.

 

Assista ao trailer oficial legendado:

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