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A vaidade da porta-bandeira

Máscaras. Foto: Reprodução

Ednei Mariano traz novo texto em sua coluna no portal SRzd.

As publicações são semanais, sempre às sextas-feiras, na página principal da editoria do Carnaval de São Paulo. Leia, comente e compartilhe!

A vaidade da porta-bandeira

…E ela chegou ao posto de primeira porta-bandeira, a primeira dama da escola.

Veio de baixo, começou mirim, depois juvenil, foi a segunda e, finalmente, a número um da escola de samba!

Chegou lá, e no bojo, todo o protocolo. Teve aulas, foi respeitada pelo seu procedimento dentro do quadro de casais, por sua generosidade, humildade, competência no trato com as demais, enfim, tinha todas como aliadas.

Festa linda de posse, noite mágica, toda a atenção e luz para ela, que enfim chegava ao topo!

Tudo tinha para continuar em harmonia, mas ela fez o contrário daquilo que ao longo da caminhada aprendeu.

Se isolou das demais. Na hora do hino da escola, somente ela podia bailar, as demais ficavam como decoração, pano de fundo para sua linda e competente dança.

Exigia que as demais estivessem a postos para saudá-la, porque era a última a entrar na roda, exigia aplausos com seus acenos, adorava ser admirada, ovacionada.

Assim foi por anos, com uma coleção de notas máximas. Ela realmente sabia do riscado, mas crescia também a antipatia.

O tempo passou, como passa para todos nós, seus braços já não eram tão seguros para ostentar o Pavilhão, seus giros não eram tão frenéticos e constantes. O sorriso, agora amarelado e forçado, foi reflexo da nota dez que não veio mais. Perdeu o posto de primeira.

E hoje, não é lembrada nas rodas dos imortais da nossa dança.

No lugar dos aplausos, o silêncio.

Trocou o amor, pela vaidade.

Pensou que o talento era um passaporte para a felicidade, e esqueceu-se daquilo que não acaba jamais, diferente de um desfile de Carnaval.

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