Vai pra onde? 60% dos carnavalescos deixaram as escolas em que atuaram este ano

Ilustração. Foto: Arte

Números impressionantes: assim é possível definir as semanas de pós-Carnaval em São Paulo.

Desde o fim dos desfiles carnavalescos deste ano, uma onda de desligamentos tomou conta do noticiário da folia paulistana, relevando uma marca nunca antes vista. Com a onda, especulações e a recorrente pergunta: Vai pra onde?

A profissionalização do Carnaval estabeleceu novas relações entre as agremiações e os artistas, isso é fato. Em alguns segmentos, dentro da estrutura de uma escola de samba, as cifras pelo “passe” dos profissionais ultrapassam os milhares de reais, celebrando acordos bastante substanciais em termos de valores financeiros.

A partir daí, tornou-se cada vez mais frequente a movimentação neste mercado, atualmente, bastante disputado, não só devido ao interesse do contratante, mas também, por aqueles que almejam melhores cachês. O fluxo, porém, tem outras e variadas motivações; condições de trabalho, cumprimento de obrigações contratuais, resultado no concurso, vaidade, relacionamento, e por aí vai…a lista é extensa.

Quem comparar, desavisadamente, as fichas técnicas de 2017, das vinte e duas entidades que integram os Grupos Especial e de Acesso, com o cenário de hoje, certamente tomará um susto.

Jorge Silveira, Vinícius Freitas, Sérgio Caputo Gall, Flavio Campello, Wagner Santos, Sidnei França, Amarildo de Mello, Danilo Dantas, Mauro Xuxa, Zilkson Reis, Murilo Lobo, Lucas Pinto, Rodrigo Cadete e Alex Fão. Sim, estes quatorze carnavalescos não defendem mais o pavilhão que defenderam no último desfile, o que representa mais de 60% do total. Desta fatia, os cinco últimos citados, estão com o futuro indefinido. Nove, de casa nova:

Ainda existe a possibilidade dessa estatística aumentar, uma vez que, Camisa Verde e Branco, Mocidade Alegre, Vai-Vai e Mancha Verde, está última, inclusive, com enredo anunciado, não se pronunciaram publicamente sobre o destino de seus respectivos carnavalescos.

Do conjunto que assinou o espetáculo deste ano no sambódromo do Anhembi, tiveram seus vínculos renovados para 2018, os integrantes da comissão de Carnaval da Dragões da Real; Dione Leite, Rogério Félix e Márcio Gonçalves, Jorge Freitas, da Império de Casa Verde, André Machado, pela Sociedade Rosas de Ouro, Claudio Cebola, Tom Maior, Anselmo Brito, da Pérola Negra, e Leonardo Catta Preta, que segue na Colorado do Brás e comentou ao SRzd o que pensa sobre o tema:

“Acredito que mudanças fazem parte do crescimento profissional, mas no meu ponto de vista, gosto de criar raízes, gosto de poder crescer junto com uma escola. Mas no mundo do samba, nada é para sempre, temos que está preparados”, avisa.

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