‘Não vamos encerrar o movimento tão cedo’, diz presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros

Paralisação dos caminhoneiros na Rodovia Presidente Dutra, no Rio. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Paralisação dos caminhoneiros na Rodovia Presidente Dutra, no Rio. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), José da Fonseca Lopes, disse  não acreditar que os milhares de profissionais que desde a última segunda-feira (21) interditam parcialmente as estradas de quase todo o país voltem à normalidade nos próximos dois dias.

“Este final de semana vai ser para montarmos as estratégias que adotaremos a partir de segunda-feira. Na minha visão, não vamos encerrar o movimento tão cedo”, disse Fonseca à Agência Brasil.

A declaração de Lopes foi dada antes do pronunciamento do presidente Michel Temer, que anunciou a utilização das forças de segurança para desbloquear as estradas e garantir “a livre circulação e o abastecimento”.

“A barra está pesada. A revolta [dos caminhoneiros] está grande e ninguém está querendo sair [da paralisação]. De hoje para segunda-feira eu vou tentar uma manifestação para resolver [o impasse], mas, para isso, eu vou ter que ter uma conversinha com o governo federal”, acrescentou o sindicalista.

Nesta quinta-feira (24), Fonseca deixou uma reunião no Palácio do Planalto enquanto ela estava em andamento. No encontro, nove das 11 entidades representativas do setor de transporte assinaram um acordo com o governo federal para tentar pôr fim à paralisação.

Em troca do compromisso da Petrobras manter pelos próximos 30 dias o preço reduzido do óleo diesel nas refinarias e do governo estudar formas de baratear o preço dos combustíveis, as lideranças sindicais que assinaram o acordo prometeram suspender o movimento por 15 dias. A proposta foi recusada pela União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam) e pela Abcam, que representa cerca de 700 mil trabalhadores.

“Eu fui lá defender um único item que, a meu ver, é o principal: o fim da cobrança da alíquota do PIS/Cofins e da Cide sobre o óleo diesel”, pontuou o presidente da Abcam, classificando outros pontos da pauta de negociação, como a suspensão da cobrança do pedágio sobre o eixo suspenso, como uma “esmola para caminhoneiros”.

Em nota, a Abcam repudiou o acordo assinado. “Ao contrário de outras entidades que se dizem representantes da categoria, a Abcam, não trairá os caminhoneiros. Continuaremos firmes com pedido inicial: isenção da alíquota PIS/Cofins sobre o diesel, publicada no Diário Oficial da União”.

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