Juiz diz que Garotinho faz parte de organização criminosa

Anthony Garotinho. Foto: Inacio Teixeira/Fotos Públicas

Anthony Garotinho. Foto: Inacio Teixeira/Fotos Públicas

O presidente nacional do Partido da República (PR), Antônio Carlos Rodrigues, o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho e a esposa dele, a também ex-governadora Rosinha Garotinho fariam parte de uma organização criminosa, conhecida no meio político como Orcrim.

De acordo com o Ministério Público do Rio de Janeiro, o poder de chefiar a quadrilha foi dado pela então prefeita Rosinha Garotinho, mulher do ex-governador.

A acusação foi feita pelo juiz eleitoral Glaucenir Silva de Oliveira, da 98ª Zona Eleitoral, de Campos dos Goytacazes, que determinou nesta quarta-feira (22) a prisão preventiva dos três e de mais cinco pessoas por envolvimento em operações de caixa 2, algumas delas com o grupo JBS, no total de R$ 3 milhões.

Segundo Oliveira, havia uma estrutura bem determinada, com divisão de tarefas, envolvendo empresários, políticos e secretários de governo do município de Campos durante o período em que Rosinha foi prefeita da cidade, entre 2009 e 2016. Parte das informações foi obtida por meio da colaboração do empresário André Luiz da Silva Rodrigues, dono da empresa Ocean Link Solutions Ltda, que realizou contrato simulado com a JBS para viabilizar o pagamento de milhões à campanha de Garotinho ao governo do Rio de Janeiro em 2014.

O juiz cita o presidente nacional do PR, Antônio Carlos Rodrigues, como beneficiário de propina no valor de R$ 20 milhões, provenientes da JBS, também na campanha de 2014, para garantir apoio da sigla à reeleição da ex-presidente Dilma Rousseff.

Além da prisão preventiva de todos os denunciados, o juiz determinou o sequestro dos bens móveis e imóveis, bem como o bloqueio de dinheiro existente em nome dos réus e das empresas Macro Engenharia e Ribeiro Azevedo Construções.

Também foi determinada a busca e apreensão de telefones celulares, computadores, mídias, pen drives ou documentos dos acusados que possam ajudar a elucidar os crimes descritos na denúncia.

O juiz também ordenou o imediato afastamento de Anthony Garotinho e Antônio Carlos Rodrigues dos cargos de presidente estadual (RJ) e nacional do PR, respectivamente.

Acusados

Em nota, o PR informou que não irá se pronunciar sobre decisões judiciais. “O mesmo se aplica aos conteúdos que aguardam pelo exame do Poder Judiciário”.

Também em nota, o ex-governador Anthony Garotinho disse que a operação desta quarta-feira mostra que ele vem sofrendo perseguição política e que não tem nenhuma relação com a Operação Lava Jato.

Garotinho foi levado para um quartel do Corpo de Bombeiros, no bairro Humaitá, a pedido da Vara de Execuções Penais (VEP). Em seguida, foi transferido para a cadeia pública de Benfica, mesmo local onde estão Sérgio Cabral, Jorge Picciani e outros deputados. Rosinha ficará na ala feminina do mesmo presídio.

As prisões

O ex-governador Anthony Garotinho e a sua mulher, Rosinha Garotinho, foram presos pela Polícia Federal na manhã desta quarta-feira (22). Ele foi encontrado no apartamento onde mora, no Flamengo, por volta das 8h. Já a ex-governadora foi levada da residência do casal em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense.

Garotinho foi levado para a sede da Polícia Federal, na Zona Portuária, antes de ser encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) para exame de corpo de delito. Já Rosinha foi levada para a Polícia Federal de Campos.

Por causa da prisão, o ex-governador não apresentou seu programa diário na Rádio Tupi. O radialista Cristiano Santos entrou no ar no lugar de Garotinho

* Com informações da Agência Brasil

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