Defesa e Polícia Federal negociam detalhes da prisão de Lula

Ex-presidente Lula. Foto: Reprodução

Ex-presidente Lula. Foto: Reprodução

Os advogados de Luiz Inácio Lula da Silva estão negociando com a Polícia Federal e a Justiça Federal sobre como irá ocorrer a prisão do ex-presidente, que continua na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, após o fim do prazo dado pelo juiz Sérgio Moro para ele se entregar, na sede da Polícia Federal (PF) de Curitiba.

Um acordo firmado entre a defesa de Lula e a Polícia Federal indica a possibilidade da prisão ocorrer logo depois da missa em homenagem à Dona Marisa Letícia, que se estivesse viva, completaria 68 anos. A mulher do ex-presidente morreu em fevereiro de 2017 após sofrer um acidente vascular cerebral hemorrágico provocado pelo rompimento de um aneurisma.

A expectativa é que Lula, condenado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª região (segunda instância da Justiça), a 12 anos e 1 mês de cadeia pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, faça um pronunciamento após a celebração, marcada para 9h30 no Sindicato, antes de se entregar.

As negociações estão sendo feitas com o delegado Igor Romário de Paulo, chefe da Operação Lava Jato em Curitiba. O delegado disse que a intenção é evitar confrontos, já que o ex-presidente está cercado por apoiadores.

Vigília democrática em solidariedade à Lula. Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. 05.04.2018 Foto: Adonis Guerra/SMABC

Lula deve ser levado até o aeroporto de helicóptero ou automóvel discreto da própria Polícia Federal. Em seguida, voará até o Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. De lá, seguirá de helicóptero para a carceragem da Superintendência da PF, na capital do Paraná.

Inicialmente, os advogados do ex-presidente queriam que os agentes da PF fossem buscá-lo na sede do sindicato, no entanto a instituição considera que há risco na ação, devido à presença de manifestantes no local.

A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, disse na tarde desta sexta-feira (6) que Lula “permaneceria junto com a militância” em São Bernardo do Campo (SP) e que “exerceu a opção” de não se apresentar à Polícia Federal em Curitiba.

“Eu queria deixar claro que não há por parte do presidente Lula nenhum descumprimento da sentença do mandado de prisão expedido pelo juiz Sérgio Moro. Ele tinha a opção dada pelo juiz de ir até Curitiba. Não exerceu essa opção”, ressaltou Gleisi.

Desde o final da tarde de quinta-feira (5), Lula encontra-se no Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo. Ele se dirigiu ao local após o juiz federal Sergio Moro pediu a prisão do ex-presidente no caso do tríplex no Guarujá, em São Paulo, determinando que ele se entregue à Polícia Federal até as 17h desta sexta-feira (6).

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