Nyldo Moreira

Jornalista, especializado em cultura e economia. Ator e autor de peças de teatro. Apresentou-se cantando ao lado de artistas, mas não leva isso muito a sério. Pratica a paixão pela música em forma de textos e críticas. Como diretor, esteve a frente de dois curtas, um deles que conta a vida no teatro.

Thiago Arancam volta a protagonizar “O Fantasma da Ópera”

O Fantasma da Ópera | Foto: Marcos Mesquita

O Fantasma da Ópera | Foto: Marcos Mesquita

O mais famosos dos musicais faz jus a sua popularidade na montagem brasileira. “O Fantasma da Ópera”, em cartaz no Teatro Renault, é suntuoso, grandioso, impecável e original aos espetáculos em cartaz em Londres e na Broadway. O tenor Thiago Arancam, que havia se acidentado no palco em outubro do ano passado, retornou este mês ao musical com a mesma garra de seu personagem, que passa boa parte da história em busca do amor da soprano Christine Daaé. As traduções das musicas para o português não agradam, é sempre o ponto mais crítico dos musicais trazidos para o Brasil, mas Arancam e Lina Mendes, que vive Christine, passam um pano nesse quesito e brilham.

 

De Andrew Lloyd Webber, e letras de Charles Hart, “The Phantom of the Opera”, como é entitulado originalmente, foi inspirado no livro de mesmo nome do autor Gaston Leroux. Andrew, criou a versão musical e a protagonist da história para Sarah Brigthman, então sua esposa na época. A primeira apresentação foi no ano de 1986.

 

A história é uma trama perfeita, extremamente bem costurada e já aplaudida por toda a crítica. É um conto irretocável. Um menino, com uma doença genética, cresce e é explorado por um circo devido as suas deformidades. Quando adulto, vive num teatro e apaixona-se pela soprano que passa a ser destaque. Dando ordens aos proprietários, ao ser contrariado passa a castigar os personagens e vive um triângulo amoroso, que agora recebe os cortejos de Raoul, interpretado por Fred Silveira, para Christine. Entre confrontos, óperas e danças o teatro vive suas glórias e sua ruína.

O Fantasma da Ópera | Foto: Marcos Mesquita
O Fantasma da Ópera | Foto: Marcos Mesquita

O ponto alto é a queda do lustre do teatro, que desprende-se do alto da plateia e é levado até o palco, quando cai e incendeia o local. O musical brasileiro recebeu o maior lustre de todas as montagens. É, de fato, impressionante. A cena do baile dos mascarados imprime a mesma sensação da versão original, nos deixa boqueabertos pelo requinte de detalhes. Os cenários são idênticos aos da montagem original, é tudo maravilhoso. “O Fantasma da Ópera” traz óperas dentro de uma ópera. Ensaios, do que acontece dentro do teatro, com elementos lindos e deslumbrantes aos nossos olhos.

 

O Fantasma da Ópera | Foto: Pedro Dimitrow
O Fantasma da Ópera | Foto: Pedro Dimitrow

A máscara mais famosa, dentre os musicais do mundo, quando cai revela a deformidade do Fantasma, que recebe o título de Fantasma, por assombrar as dependências do teatro. A maquiagem é impressionante, e leva em torno de 1 hora para ser feita. Thiago Arancam, um dos nossos cartazes brasileiros como tenor, segura perfeitamente o tom das canções e interpreta muito bem, fazendo sua estreia em musicais. Lina Mendes, apesar de não atingir a perfeição (sem comparar com montagens anteriores), também faz um belo par cênico. Seria maior, se os agudos fossem ainda mais longe. Mas, não desagrada. Ela é delicada, como Christine, sua personagem.

 

A orquestra é pomposa, regida por Miguel Briamonte. Outros destaques são do próprio Fred Silveira, que interpreta Raoul, e Taís Víera, que vive Madame Giry. Marcos Lanza, na pele de Monsieur André e Sandro Christopher, como Monsieur Firmin. Bete Diva solta a voz como Carlotta Giudicelli e Cleyton Pulzi, como Ubaldo Piangi. Fernanda Muniz vive Meg Giry. Há ainda um grande e afinado elenco e produção. A versão brasileira é de Cláudio Botelho e Rachel Ripani é a diretora residente deste gigante espetáculo.

 

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