Tragédia Colorada: Inter é derrotado pelo Mazembe por 2 a 0 e está fora da final do Mundial

O uniforme de listras pretas e brancas e a vitória já surpreendente sobre o Pachuca (MEX), no dia anterior, já previam: a zebra africana estava em campo, disposta a causar muita tristeza aos mais de cinco mil torcedores colorados no estádio Mohammed Bin Zayed. O Mazembe mostrou que o “Todo Poderoso” que carrega no nome não é à toa e conseguiu vitória histórica por 2 a 0, tornando-se o primeiro africano a alcançar o Mundial de Clubes. O adversário sai da outra semifinal, entre a Inter de Milão e o Seongnam, da Coreia do Sul

Para o Colorado, resta a lamentação pelo excesso de gols perdidos e pela cautela e substituições equivocadas do treinador, que só desfez o esquema de três volantes quando o adversário já vencia a partida.

– Vídeo: os gols do fiasco em Abu Dhabi

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Inter cria chances, mas passa primeiro tempo em branco

O Inter começou o primeiro tempo em ritmo forte, e com dois minutos já havia desperdiçado duas oportunidades, uma com Rafael Sóbis, em chute de dentro da área, e outra com Bolívar, de cabeça.

Aos 10 minutos, em grande jogada iniciada por D’Alessandro, Alecsandro cruzou para Sóbis, que, sozinho e de frente para o gol, finalizou para grande defesa de Kidiaba, no reflexo. No contra-ataque, Kabangu arriscou uma bomba de longa distância e Renan fez a defesa em dois tempos.

O Colorado tentava explorar a principal característica dos africanos: a velocidade. Laterais e faltas eram cobrados de forma rápida, tentando pegar a defesa do Mazembe desarrumada, mas não surtiam efeito. Aos 18 minutos, Alecsandro cruzou bola pela esquerda na segunda trave e o zagueiro Índio chegou completando, mas a bola cruzou toda a área do Mazembe, sem ninguém desviar para a rede.

Nova chance foi criada aos 21, quando Nei encontrou Tinga dentro da área. O volante antecipou o goleiro, mas cabeceou por cima da meta. A formação com três volantes (Tinga pela direita, Guiñazu pela esquerda e Wilson Matias centralizado) sobrecarregava D’Alessandro, que tinha dificuldade para criar jogadas pelo Inter e voltava muito para buscar jogo.

O Inter só voltou a assustar aos 36, quando Tinga deu passe pelo meio da defesa para Alecsandro, mas o atacante foi travado no momento da finalização. Aos 41, o Mazembe teve mais uma chance. Kabangu arrancou pela esquerda, ganhou na velocidade, mas chutou já sem ângulo para defesa de Renan.

A última chance do primeiro tempo foi aos 44, com Wilson Matias aparecendo pelo meio da área como elemento surpresa. Nei cruzou para o volante, que desviou com perigo, por cima da meta de Kidiaba.

Mazembe faz dois, se classifica e consegue zebra histórica

Apesar do empate, o técnico Celso Roth manteve os três volantes em campo e o meia Giuliano no banco. A primeira chance do segundo tempo foi do Mazembe. Kaluituka girou e finalizou da entrada da área, mas a bola saiu à direita de Renan, com menos de um minuto de jogo. A resposta veio aos três. D’Alessandro cobrou falta pelo lado esquerdo, a bola desviou na barreira e saiu pela linha de fundo, com algum perigo.

Aos sete minutos, o que era apenas um receio se tornou real. Kabangu recebeu passe de peito, a zaga do Inter deu espaço e o atacante, com categoria, bateu de direita para abrir o placar para o Mazembe. Imediatamente, Roth chamou Giuliano, Oscar e Leandro Damião para o aquecimento.

Nova chance foi criada aos 14. Rafael Sóbis recebeu livre dentro da área, bateu com força de canhota e Kidiaba voltou a salvar a equipe do Congo. Com 17 minutos, Roth finalmente adiantou o time. Saíram Tinga e Alecsandro para as entradas de Giuliano e Leandro Damião, os heróis da Libertadores. A mudança deu mais liberdade para D’Alessandro e, aos 19, o argentino cruzou na medida para Rafael Sóbis que cabeceou por cima com muito perigo.

Kidiaba voltou a fazer milagre aos 24. Giuliano entrou pelo meio da área, sem marcação, e bateu forte, mas o goleiro africano caiu bem na bola para espalmar e salvar o Mazembe mais uma vez. O Mazembe continuava assustando e sempre pelos pés de Kabangu. O atacante fez bela cobrança de falta pela direita e Renan espalmou para escanteio, aos 29 minutos. Roth arriscou tirando Rafael Sóbis, que era o jogador mais perigoso da equipe gaúcha e colocou o garoto Oscar. O nervosismo dos jogadores do Inter já era nítido a esta altura. Nei arriscou um petardo de esquerda aos 33 e chegou perto do empate.

Não era dia Colorado. Aos 40 minutos, Kaluyituka recebeu na esquerda, pedalou, cortou para a direita e fechou o caixão. 2 a 0. Festa africana. Choro brasileiro. Não havia tempo para mais nada e o Mazembe se torna a primeira equipe africana a alcançar a final do Mundial de Clubes.

A partida

Estádio: Mohammed Bin Zayed (Abu Dhabi – Emirados Árabes)

Árbitro: Bjorn Kuipers (HOL)
Auxiliares: Berry Simons (HOL) e Sander Van Roekel (HOL)

Gols: Kabangu, aos 7 e Kaluyita, aos 40 do segundo tempo (MAZ)

Cartões amarelos: Nkulukuta (MAZ) – Índio (INT)

Internacional: Renan; Nei, Bolívar, Índio, e Kléber; Wilson Matias, Guiñazu, Tinga (Giuliano) e D´Alessandro; Alecsandro (Leandro Damião) e Rafael Sóbis (Oscar). Técnico: Celso Roth.

Mazembe: Kidiaba; Nkulukuta, Nimwaki, Ekanga e Kasusula; Mihayo, Kaluyituka, Bedi e Kasongo; Kabangu (Kanda) e Singuluma. Técnico: Lasmine N´Diaye.