Sem saber, mulher tem rosto estampado em propagandas pelo mundo

Ter seu rosto estampado em diversas campanhas publicitárias pode ser o sonho de vários modelos fotográficos. No entanto, isso não estava nos planos de Shubnum Khan. A sul-africana descobriu que fotos tiradas durante seu período universitário foram comercializadas pelo autor das imagens. Ela compartilhou a história por meio de seu Twitter, no último sábado (28).

Após uma amiga alertá-la que seu rosto estava em uma campanha para promover a imigração para o Canadá, Shubnum Khan decidiu investigar o porquê de terem usado uma foto sua para algo tão peculiar em um país distante do seu. Foi então que a jovem foi lembrada que, enquanto estava na universidade, participou de um ensaio fotográfico gratuito. Na época, ela acreditava que as fotos seriam utilizadas pelo fotógrafo como portfólio. No entanto, suas imagens foram disponibilizadas em um estoque e adquiridas por diversas empresas.

Por mais de seis anos, o rosto de Shubnum Khan aparece em diversas campanhas publicitárias em todo mundo. Entre elas, estão um mural no McDonald’s da China, capas de revistas, tratamento de pele e um site de relacionamentos na França.

A jovem entrou em contato com o fotógrafo para ver se suas fotos tinham como ser retiradas do banco de imagem. O fotógrafo reagiu positivamente, mas afirmou que seria impossível controlar o uso das imagens já comercializadas. Após contar sua história, Shubnum Khan fez um alerta: “Seja inteligente. Esteja alerta. Não seja pego. Tenho certeza que poderia ter conseguido um dinheiro a partir disso, mas, ao invés disso, estou promovendo creme contra acne enquanto alguém fica com o dinheiro. E agora você sabe disso”, concluiu.

Leia o desabafo:

Hoje eu vou contar a história de como eu acabei tendo o meu rosto em uma campanha publicitária no McDonald’s na China — um conto de alerta. Aproximadamente seis anos atrás, uma amiga no Canada postou uma foto no meu mural do Facebook para dizer que ela encontrou um anúncio meu promovendo imigração em um jornal no Canadá. Naturalmente, eu fiquei chocada e… confusa. Eu estudei a imagem e concordei que era eu. Agora não me importava que eu estava promovendo a imigração no Canada, mas que eu não conseguia entender o porquê do meu rosto estar em um jornal no outro lado do mundo. Após um momento sem entender, uma amiga me lembrou que fizemos um ensaio fotográfico há alguns anos. Quando eu estava na universidade, escutei sobre um ensaio fotográfico gratuito por um fotógrafo que nos prometeu fotos profissionais em troca da nossa autorização das fotos. [O projeto] era chamado “100 fotos de rostos & o fotógrafo”. Ele fez fotos de 100 rostos diversos de todas as idades e raças em Durban. Amigos jovens e eu estávamos animados; nós assinamos um formulário no começo. Eu achei que era para dar a permissão para ele usar as fotos em um portfólio. Nós não lemos as letras pequenas. Eu sei. Foi estúpido. Então eu contatei o fotógrafo e ele confirmou que eu concedi essas fotos (tiramos 3 fotos — uma séria, uma sorrindo e uma louca) e elas, agora, são fotos de estoque que ele vende. Ele disse que eu poderia aparecer em alguns lugares. Então decidi procurar no Google por essas images e, bem, parece que eu vendo tudo! Se eu não estou recebendo imigrantes no Canada, estou vendendo carpetes no Canada, liderando caminhadas no Camboja, ou procurando amor na França. […] Seja inteligente. Esteja alerta. Não seja pego. Tenho certeza que poderia ter conseguido um dinheiro a partir disso, mas, ao invés disso, estou promovendo creme contra acne enquanto alguém fica com o dinheiro. E agora você sabe disso