Queda de cabelos: nova doença temida pelas mulheres vem crescendo no mundo

Queda de cabelos. Foto: Pixabay

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Queda de cabelos é um tema que assusta homens e mulheres de diversas idades. Um tipo, em especial, vem chamando a atenção de dermatologistas. Trata-se de uma alopecia progressiva e irreversível, mais frequente em mulheres.

Dados epidemiológicos sobre a chamada alopecia fibrosante frontal (AFF) ainda não estão disponíveis, porém observações de dermatologistas ao redor do mundo reforçam o aumento do número de casos da doença. “A AFF foi descrita pela primeira vez na literatura médica há cerca de 20 anos e nos chama a atenção pelo número crescente de pacientes que desenvolveram o problema”, explica o dermatologista Rodrigo Pirmez, coordenador do Departamento de Cabelos da Sociedade Brasileira de Dermatologia-RJ, vice-presidente da International Trichoscopy Society e membro da European Hair Research Society e North American Hair Research Society.

“A AFF se manifesta principalmente pelo perda dos cabelos na linha de implantação. A paciente tem a sensação de que a testa está ficando cada vez maior. Outro sinal característico é a perda das sobrancelhas que muitas mulheres atribuem a idade, o que acaba retardando a procura pelo dermatologista”, detalha o médico que atua em clínica em Ipanema.

O especialista ressalta ainda que outras manifestações podem acompanhar a doença: “Perda dos pelos do corpo é muito comum. Alguns pacientes tem alterações na textura da pele do rosto, como se fossem bolinhas. E outros podem também apresentar manchas acizentadas na face”

Rodrigo Pirmez, especialista no assunto de alopecia, explica alguns possíveis gatilhos para o surgimento desse tipo de queda de cabelo:

“Acredita-se que alterações hormonais tenham um papel importante no desenvolvimento da alopecia, uma vez que a doença afeta predominantemente mulheres e é associada com o período perimenopausa.
O surgimento recente da doença leva pesquisadores a acreditarem que fatores externos que tenham sido introduzidos há pouco tempo no meio ambiente tenham possam estar atuando como gatilho da doença. Fatores já aventados incluem uso de protetores solares e cosméticos, exposição à telas de computadores, contraceptivos orais e diferentes dietas. No entanto, ainda não há nenhum desses fatores seja responsável pela gênese da doença”.

A autoimunidade, ou seja, quando o próprio organismo se ataca, também é considerada. Estudos sugerem que pacientes com AFF tem maior incidência de doenças autoimunes.

Há ainda a impressão de que a gênese da alopecia fibrosante frontal possa ser multifatorial e que um único gatilho não seria suficiente para desencadear a doença.

“É importante ressaltar que esses estudos da doença são iniciais e que não há confirmação de que nenhum dos fatores estudados possa ser, de fato, um gatilho para o surgimento da doença. Portanto, não existem recomendações oficiais no sentido de se proibir ou estimular o uso de nenhum produto ou comportamento específico”, reforça o médico.

“Minha recomendação é que o paciente busque a consulta com dermatologista especializado em doenças dos cabelos e couro cabeludo e realize os exames indicados para confirmar o tipo de alopecia, que podem ir desde a tricoscopia, exames de sangue ou até mesmo uma pequena biópsia de pele. A partir de uma avaliação individualizada o médico irá prescrever o tratamento adequado. A AFF tem tratamento e o diagnóstico precoce é chave para o sucesso do tratamento”, conclui o dermatologista.

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