Mudar é difícil. Talvez seja o verbo mais difícil da língua portuguesa. Não na conjugação (pois nisso é mole, basta reproduzir o “falar” ou o “cantar”), mas na ação real em si. Mudar é complicado. Há quem diga que, por exemplo, os velhos, nem adianta tentar, esses aí não mudam mais, não aprendem mais nada, não repensam coisa alguma. Céticos vão além: asseguram que pessoas com mais de 18 anos também não mudam mais são aquilo e acabou. No máximo, no máximo, podem dar uma melhorada aqui, outra ali, mas na essência não se alteram em necas de pitibiribas.
No nosso habitat, o carnaval, mudar parece ser uma coisa ainda mais difícil. Pois aqui se vive de vangloriar tradições, enaltecer baluartes e solidificar raízes. Tradição, para uma festa como a nossa, é algo que beira o fundamental. Por tudo isso, criamos monstros, vimos nascer xiitas.
Imagino que a Portela resolva trocar de cor. Sai o azul, sai o branco, entram, digamos, o rosa e o preto. Os radicais chiariam um rio inteiro de lágrimas. E que tal se uma bateria inteira resolvesse mudar? Sim, depois de décadas de resistência, a Mangueira desfilaria toda orgulhosa pela qualidade dos seus… surdos de resposta! Reagiriam com contrariedade todos os ouvidos acostumados à tradição da batida do surdo um.
E os delírios da mudança poderiam até ir além: Vila sem samba bom, Grande Rio sem artistas, Beija sem comunidade. Vamos mudar mais ainda, que tal agora uma mudança de conceitos? Mestre-sala rodando com a bandeira e porta-bandeira fazendo-lhe sala; a preferida da bateria se divertindo no meio de uma ala qualquer; um samba sem toque de marcha e sem refrão, puxado por voz de mulher; uma alegoria anã; e uma comissão fechando o desfile. Sei lá.
Mudar, até aonde sinto, devia ser o motivo de tudo. Mudar para depois mudar de novo. E mudar outra vez. E errar! Sim, errar! Pois tem coisa mais humana que isso? Arriscar. Além: arriscar-se.
Hoje o site está mudando de cara. O que ele no fundo faz, que é informar, mantém-se intacto. Mas… e aquela cor ali? Mudou. E essa diagramação, ela está diferente, não está? Está, pois é, mudou. Mas… e a antiga foto dos colunistas? Eles se transformaram em caricaturas, mudaram.
Força pra gente, pois mudar provoca reações, e vamos tê-las.
Sonho com o dia em que o verbo mudar, ele próprio, mude: saindo da primeira conjugação, indo para a segunda ? para ser conjugado rotineiramente, assim como o verbo viver.
Até.
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