Justiça determina quebra de sigilos fiscal e bancário do ministro Ricardo Salles

Ricardo Salles. Foto: Lula Marques

Ricardo Salles. Foto: Lula Marques

A 10ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo determinou a quebra dos sigilos fiscal e bancário do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, por suspeita de enriquecimento ilícito desde junho.

A investigação apura como o patrimônio de Salles saltou de R$ 1,4 milhão para R$ 8,8 milhões entre 2012 e 2018. Neste período, ele alternou a atividade de advogado com cargos no governo paulista.

Quando foi candidato a vereador pelo PSDB, Salles declarou possuir R$ 1,4 milhão em bens, a maior parte em aplicações financeiras, 10% de um apartamento, um carro e uma moto. Em 2018, quando saiu a deputado federal pelo Novo, foram R$ 8,8 milhões, sendo dois apartamentos de R$ 3 milhões cada, R$ 2,3 milhões em aplicações e um barco de R$ 500 mil – alta de 335% em cinco anos, corrigindo o valor pela inflação, apontou reportagem de agosto do jornal “O Estado de São Paulo”.

Na decisão em que autoriza a quebra do sigilos fiscal e bancário do ministro, a Justiça de São Paulo destaca aumento patrimonial incompatível com o cargo de secretário do Meio Ambiente do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin do PSDB.

“Chama a atenção o fato de em 2012 o agravado ter declarado ao TSE patrimônio de R$ 1,4 milhão e, em 2018, declarado patrimônio de R$ 8,8 milhões, tendo, nesse período, exercido o cargo de secretário particular do Governador de 01/03/2013 a 02/12/2014 e o cargo de secretário de Estado de 16/07/2016 a 30/08/2017, com remuneração mensal média inferior a R$ 19.000,00, mesmo entremeados, tais períodos, por 39 (trinta e nove) meses de atuação no setor privado (p.417) e por uma ação revisional de alimentos que resultou em diminuição de pensão alimentícia em favor dos filhos”, diz o texto.

O Ministério Público quer saber como o patrimônio de Salles saltou de R$ 1,4 milhão para R$ 8,8 milhões entre 2012 e 2018.

O Ministério do Meio Ambiente, por meio de sua assessoria de imprensa, afirmou que “todos os rendimentos e bens do ministro foram declarados, não havendo nenhum receio acerca da análise de seus dados”.

Geraldo Alckmin chegou a depor na investigação. “O inquérito de investigação é sobre o patrimônio do Ricardo Salles. Ele foi, por um período curto, nosso secretário do Meio Ambiente e secretário particular”, disse o tucano.

“Eu sempre colaboro com o MP e com a Justiça. Mas, não tive nada a acrescentar aqui, a não ser dizer que o período em que ele trabalhou conosco, teve até um trabalho importante na área do meio ambiente com o fechamento dos lixões, aqueles lixões clandestinos, né? Agora, sobre o fato em si, não tenho como esclarecer, prestar maiores esclarecimentos”, completou o ex-governador em setembro.

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