Claudio Bojunga escreve a biografia do avô, Roquette-Pinto, pioneiro do Rádio brasileiro

Roquette Pinto. Foto: Divulgação

Roquette Pinto. Foto: Divulgação

O jornalista Claudio Bojunga é um dos profissionais mais respeitados do país. Esta qualificação já o credencia para lermos com atenção tudo o que ele produz. E tudo o que ele faz, faz bem.

Claudio Bojunga é carioca. Formou-se em Direito e estudou Política Internacional no Instituto de Estudos Políticos de Paris. Jornalista desde 1969, trabalhou como repórter, redator, crítico e correspondente internacional. Foi editor especial da revista “Veja”, diretor de jornalismo da TVE e editorial do Jornal do Brasil. Escreveu o texto do filme “Os anos JK”, de Silvio Tendler, realizou documentários e séries para TV. Também é autor dos livros “Viagem à China aberta” e “Viagem ao Brasil desconhecido”, em parceria com Fernando Portela.

Após três anos de pesquisa, o jornalista Claudio Bojunga lança a biografia de Edgard Roquette-Pinto, seu avô e introdutor do rádio no Brasil.

“Roquette-Pinto — o corpo a corpo com o Brasil”, que chega às livrarias nesta quarta-feira, dia 22 de março, pelo selo Casa da Palavra, procura unificar as múltiplas facetas do médico, antropólogo, etnólogo, radialista, ensaísta e poeta.

Claudio Bojunga. Foto: Divulgação

Claudio Bojunga. Foto: Divulgação

O livro traz documentos ainda desconhecidos, sobretudo cartas familiares. Uma análise pessoal de Bojunga sobre o biografado fica por conta do último capítulo, chamado de “Meu avô”.

SINOPSE

“Muitas linhas se compuseram no desenho da figura de Roquette-Pinto, mas o seu traço principal e individualizador está para ser identificado: seria o do mestre ou do feiticeiro?”. Foi assim que o poeta Carlos Drummond de Andrade traduziu a magia de Edgard Roquette-Pinto (1884-1954), em texto publicado no jornal “Correio da Manhã” dois dias depois da morte do personagem objeto de sua crônica.

Para Drummond, tratava-se de “um professor de imaginação, posta a serviço de utilidades e estudos diversos”. O traço unificado de um personagem de múltiplas facetas emerge no livro “Roquette-Pinto – o corpo a corpo com o Brasil”, do jornalista Claudio Bojunga.

Neto do biografado, o autor dedicou três anos à pesquisa do médico, antropólogo, etnólogo, radialista, ensaísta e poeta. Como afirma Claudio Bojunga, a trajetória de Roquette-Pinto se divide em duas vertentes que não seguem a ordem cronológica: a primeira é a do médico, do pesquisador, do antropólogo e naturalista, do cientista humanista e positivista não ortodoxo, do socialista democrático e nacionalista.

A segunda vertente da vida dele é definida por Bojunga como de “democratização dos saberes”: a educação do povo, a divulgação da ciência, a popularização da cultura, a disseminação do civismo e do amor ao país. Primeiro como professor, depois com o rádio e o cinema, Roquette-Pinto atuou na divulgação e na massificação do conhecimento por meio das novas tecnologias surgidas a partir dos anos 1920.

Tornou-se assim o pioneiro do rádio no Brasil – ele criou e dirigiu a Rádio Sociedade, fundada em 1922, atual Rádio MEC. Com a rádio e o cinema, passou a se dedicar durante anos a provar que a miscigenação racial da população brasileira não era negativa, pensamento recorrente na comunidade científica defendida na época.

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