China diz que não quer a ‘politização e estigmatização do vírus’

06/05/2021 às 18h00 - Por Redação SRzd

Jair Bolsonaro e o presidente da China, Xi Jinping. Foto: Agência Brasil

Após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) dizer em discurso que o novo coronavírus poderia ter surgido em laboratório, o governo chinês se pronunciou, nesta quinta-feira (6) e afirmou se opor à “politização e estigmatização do vírus”. Por meio de um porta-voz, Pequim também afirmou que o coronavírus é um “inimigo comum da humanidade” e que os países precisam atuar juntos.

Os comentários foram feitos na entrevista coletiva diária do porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Wang Wenbin. Questionado pela agência AFP sobre a declaração de Bolsonaro, feita na quarta-feira, Wang evitou citar diretamente o brasileiro, mas defendeu a cooperação entre países na luta contra a pandemia da Covid-19.

“O vírus é o inimigo comum da Humanidade. A tarefa urgente de agora é todos os países se juntarem em uma cooperação anti-epidemia e em um esforço para uma vitória antecipada e completa sobre a pandemia. Nós nos opomos firmemente a qualquer tentativa de politizar e estigmatizar o vírus”, declarou.

Na quarta-feira, durante cerimônia no Palácio do Planalto, Bolsonaro citou a possibilidade de o novo coronavírus ter sido criado no contexto de uma “guerra química” e questionou que país mais cresceu no ano passado, sem citar a China, nominalmente; a China teve um crescimento de 2,3% em 2020, enquanto a maioria dos países teve queda do PIB.

“É um vírus novo, ninguém sabe se nasceu em laboratório ou nasceu porque um ser humano ingeriu um animal inadequado. Mas está aí. Os militares sabem que é guerra química, bacteriológica e radiológica. Será que não estamos enfrentando uma nova guerra? Qual o país que mais cresceu seu PIB? Não vou dizer para vocês”, sugeriu Bolsonaro.

No mesmo dia, durante passagem pelo Rio de Janeiro, o presidente afirmou que “não falou a palavra China” no discurso, que o Brasil vai continuar vendendo para o país asiático e que a China “precisa comprar o que produzimos aqui”.