Bolsonaro: primeiro sinal sobre liberação dos jogos de azar

Cassino. Foto: Pixabay

Foto: Pixabay

Todos os que estão esperando notícias sobre a possibilidade de liberação dos jogos de azar no Brasil, seja porque defendem o fim da proibição ou porque nem querem ouvir falar nessa possibilidade, ficarão super antenados nessa aí. O ministro da Economia, Paulo Guedes, reuniu com o principal promotor do projeto de lei de 2014 sobre a liberação dos jogos de cassino, o senador Ciro Nogueira (PP/PI).

Não há qualquer notícia sobre o que Guedes terá retirado dessa reunião e o que ele e Bolsonaro estarão pensando fazer. Mas só o fato de o ministro se reunir com Ciro Nogueira já indica que haverá pelo menos uma abertura do presidente para pensar sobre a matéria. Caso contrário, nem seria preciso reunir.

Um pequeno passo, mas com grande importância

Uma atitude bem diferente daquela que o presidente tomou durante a campanha eleitoral. Na altura ele declarou, em um vídeo direcionado para o eleitorado, que os boatos falando que ele se prepararia para avançar com essa medida eram falsos. “Dá para acreditar uma mentira dessas? Nós sabemos que no Brasil isso seria uma grande lavanderia, serviria para lavar dinheiro e destruir as famílias”, foi o que ele falou nesse vídeo.

Em maio de 2018, a mensagem que ele passou para uma plateia de empresários cariocas foi um tanto diferente. Aí, ele falou que é contra o jogo mas “vamos ver qual a melhor saída” para a questão da liberação. Gerar renda é importante, mas também seria necessário arrumar um jeito de impedir o cidadão de sair na rua para comprar pão e gastar o dinheiro em caça-níquel.

Novo escândalo? Nem tanto

Em meio ao escândalo da Vaza Jato, será que esta reunião poderia significar mais um problema sério para a credibilidade de Bolsonaro? Acreditamos que não. Vejamos porquê.

Em primeiro lugar, porque Bolsonaro ainda não tomou qualquer decisão. Reunir com o “inimigo” é algo que pode indignar os ativistas do movimento “Brasil Sem Azar” e todos que sejam radicalmente contra isso, por uma questão de princípio moral. Mas isso não vai indignar a generalidade da população.

Em segundo lugar, porque Bolsonaro mantém alguma coerência. Em seu vídeo, ele procurava se defender de um boato radical; falando para os empresários, ele queria mostrar abertura mas lembrando sua convicção pessoal e os riscos que, em sua opinião, a liberação pode trazer. Apesar dessa reunião, não é de esperar uma liberação geral e tão aberta como está previsto no projeto de lei 186/2014 do senador Ciro Nogueira.

Segundo o Games Bras, o senador piauiense conseguiu que seu projeto fosse desarquivado e espera agora “inclusão na Ordem do Dia para discussão em turno único, pronto para deliberação do Plenário”. Nogueira defende que o “não jogo” não é possível, porque todo o mundo joga e o melhor é liberar o jogo para regulá-lo e conseguir receita.

Bolsonaro enfrenta pressões no sentido da liberação de outros setores, nomeadamente do estado do Rio de Janeiro, que tem uma proposta de Sheldon Adelson, o grande magnata dos cassinos de Las Vegas, para a construção de um resort gigante na Cidade Maravilhosa.

Comentários

 




    gl