Adolescente ajuda homem surdo e cego durante viagem de avião

Sem conseguir estabelecer diálogo com a tripulação, um homem surdo e cego encontrou dificuldades em uma viagem de avião. No entanto, a barreira da comunicação foi rompida pela boa vontade de uma adolescente de quinze anos. A jovem identificada como Clara encontrou uma forma de ajudar o passageiro em suas necessidades básicas. A história foi contada por Lynette Scribner, passageira que também estava no voo, em seu Facebook.

Após diversas tentativas, sem sucesso, de se comunicarem com o passageiro, os comissários de bordo decidiram perguntar se alguma pessoa no voo sabia a língua de sinais para pessoas surdocegas. Clara, que tinha noção da língua, prontificou-se a ajudar Tim em suas necessidades. A adolescente aprendeu a forma de comunicação pois, por causa de sua dislexia, queria estudar um idioma fácil. Com a ajuda da menina, Tim conseguiu fazer uma viagem tranquila e agradável.

Barreiras rompidas pela boa vontade

Tim, um homem surdocego, embarcou em um avião da Alaska Airlines no aeroporto de Boston (EUA) após visitar sua irmã. Durante o trajeto, por causa da deficiência de Tim e da falta de treinamento da tripulação, houve a impossibilidade estabelecer uma comunicação entre os atendentes de voo e o homem. “Tim estava viajando sozinho. Os comissários de bordo queriam sinceramente ajudá-lo, mas não tinham como se comunicar. Eu observei como eles não esquivaram quando ele tentou tocar seus rostos e braços. Eles pegaram sua mão e se esforçaram bastante para se comunicar com ele, sem sucesso”, relatou Lynette.

Um outro passageiro, identificado como Eric, tentou ajudar Tim com suas necessidades básicas. Eric preparou o café para o homem e o guiou ao banheiro quando percebeu que esta era sua vontade. No início do voo, Eric — que havia reservado um assento melhor localizado — também havia trocado de lugar com Tim para facilitar sua viagem.

Preocupados com a situação do passageiro que precisava de atendimento especial, os comissários de bordo perguntaram no avião se alguém tinha conhecimento da língua de sinais usada para comunicação com pessoas surdocegas. Curiosamente, uma adolescente que estava no voo havia aprendido a língua. Clara, de 15 anos, decidiu aprender estudar a forma de comunicação porque possui dislexia e seria uma língua fácil de aprender.

“Pelo resto do voo, ela ajudou Tim e se assegurou de que suas necessidades estavam sendo atendidas. Foi fascinante observar ela sinalizar uma letra de cada vez na mão dele. Ele foi capaz de ‘ler’ os sinais dela e os dois mantiveram uma conversa animada”, comentou Scribner em sua postagem.

Lynette terminou a publicação com destaques sobre a boa vontade das pessoas que estavam naquele voo. “Eu não sei quando vi tantas pessoas se reunirem para cuidar de um outro ser humano. Todos nós nas filas em volta estávamos rindo, sorrindo e aproveitando sua alegria de ter alguém pra conversar”, afirmou. A mulher elogiou a tripulação que se dispôs a ajudar de todas as forças e disse que não havia palavras para descrever a atitude de Clara. “Foi um lembrete lindo, durante esse tempo de muito horror, que ainda há boas pessoas que estão dispostas a cuidar umas das outras”, concluiu.