Vítima de Felipe Prior relata estupro: ‘Poça de sangue no carro dele’

Fantástico fala com mulher que denunciou ex-BBB por estupro. Foto: Reprodução de TV/Instagram/Felipe Prior

Fantástico fala com mulher que denunciou ex-BBB por estupro. Foto: Reprodução de TV/Instagram/Felipe Prior

A Justiça de São Paulo condenou o ex-BBB Felipe Prior a seis anos de reclusão pelo crime de estupro. O regime inicial de cumprimento de pena foi definido como semiaberto, e o arquiteto poderá recorrer da decisão e responder a todo o processo em liberdade.

A vítima de Prior quebrou o silêncio e relembrou, em entrevista ao “Fantástico”, a noite em que foi estuprada pelo ex-BBB. De acordo com a mulher, que não expôs sua identidade, o crime aconteceu após ela estar em uma mesma festa que o arquiteto e aceitar uma carona dele.

No relato, a vítima conta que o estupro  ocorreu em 2014, muito antes da participação do arquiteto no “Big Brother Brasil”. Ela disse que tinha 22 anos de idade e estudava na mesma faculdade que ele em São Paulo. O relato é forte. Segundo ela, tudo aconteceu quando os dois dividiam o mesmo carro após uma festa.

“Quando a gente estava indo sentido à minha casa, ele parou o carro no meio da rua, desafivelou o cinto, começou a me beijar. E aí ele foi pro banco de trás e me puxou, começou a tirar a minha roupa. E, à medida que as coisas iam acontecendo, ele se tornava cada vez mais agressivo comigo”, relata.

“Eu falei: ‘Felipe, eu não quero, não quero’. Eu comecei a tentar resistir fisicamente, e ele começou a puxar meu cabelo. Começou a me segurar pelos braços, me segurar pela cintura. Proferiu umas frases muito… Ele começou a falar pra eu parar de me fazer de difícil, que é claro que eu queria, que agora não era a hora de falar ‘não’. E começou a forçar a penetração”.

“Quantas vezes eu preciso falar ‘não’ pra pessoa entender que ela está me machucando? Que ela está me violentando? E ele é muito mais forte do que eu. Então não tinha como sair dessa situação. Foi bem doloroso, eu gritei, começou a sair muito sangue”, continuou a vítima.

O sangue acabou sendo o que forçou o ex-BBB a parar, de acordo com ela. “Foi o susto que ele teve que levar para parar a situação. Porque fez uma poça de sangue no carro dele, nele. Ele perguntou se eu queria ir pro hospital, eu falei que não, que eu só queria ir pra minha casa.”

“Quando eu cheguei na minha casa, eu fui direto pro banheiro. Fiquei no chuveiro tentando estancar o sangue sozinha, mas minha pressão já estava muito baixa. Fui acordar minha mãe e pedi para ela me ajudar. Ela deu uma olhada no machucado, levantou e falou: ‘A gente vai pro hospital’.”

A vítima procurou um hospital que emitiu um laudo que comprova o estupro. Foi identificado laceração íntima – ela, porém, não conseguia confessar para a profissional o que tinha acontecido. “A médica me perguntou diversas vezes, perguntou para minha mãe, o que de fato tinha acontecido, que lá era um lugar seguro, que eu podia confiar nela, que era necessário falar a verdade, mas eu não quis falar. O Felipe, no dia seguinte, me mandou uma mensagem. Perguntando como eu estava. E eu falei que eu estava machucada, que tinha feito uma ferida e pedi para ele não contar para ninguém. Eu estava com medo dele falar para as outras pessoas e eu ficar marcada por essa situação. Não queria que as pessoas me vissem e me enxergassem e pensassem nisso, sabe?”

Ao ser questionada se via que era uma vítima de abuso sexual, ela negou. “Não, eu não me via assim. Eu achava que eu ia conseguir apagar isso da minha vida e seguir em frente, como se nada tivesse acontecido. Mas isso não aconteceu. Eu tive crise de pânico, crise de ansiedade, agravaram muito mais a minha situação psicológica”, afirmou ela, que passou a se ver como vítima anos depois. “Eu só decidi denunciar tudo o que aconteceu depois que eu comecei a receber das minhas amigas prints de tweets de outras mulheres falando que tinham sido abusadas e violentadas por ele”, finalizou.

Prior, condenado a seis anos de prisão em primeira instância em regime semiaberto, alegou inocência. Em nota, seus advogados disseram: “a defesa de Felipe Antoniazzi Prior reitera a inocência de Felipe e que a sentença prolatada pela 7ª Vara Criminal de São Paulo será objeto de recurso de apelação ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo”.

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