Claudio Francioni. Foto: Nicolas Renato Photography

Claudio Francioni

Carioca, apaixonado por música. Em relação ao assunto, estuda, pesquisa e bisbilhota tudo que está ao seu alcance. Foi professor da Oficina de Ritmos do Núcleo de Cultura Popular da UERJ, diretor de bateria e é músico amador, já tendo participado de diversas bandas tocando contrabaixo, percussão ou cantando.

Vibra Festival de Inverno e Irmãos: a vocação carioca para receber eventos

Seu Jorge e Alexandre Pires. Foto: Juliana Dias

Seu Jorge e Alexandre Pires. Foto: Juliana Dias

Já conversamos aqui na coluna sobre como alguns eventos fazem bem à cidade do Rio de Janeiro. Quando você mistura dois pontos turísticos com um ótimo clima, uma temperatura amena e boas produções, aquele abraço. É golaço certo. O Vibra Festival de Inverno e o show Irmãos usaram e abusaram dos cenários, o Morro da Urca e a Marina da Glória, respectivamente.

No sábado, com filas que chegavam à Avenida Pasteur, o bondinho subiu carregando uma rapaziada de meia idade que foi conferir a apresentação de dois ícones dos 80, a Blitz e o Barão Vermelho.

Comemorando 40 anos de carreira, as bandas retornaram a um palco seminal do movimento do rock nacional, na época chamado de Noites Cariocas. O “abelha” George Israel abriu a noite botando o povo pra pular com arranjos instrumentais para vários sucessos, como ‘Fixação’, ‘Lágrimas e Chuva’ e ‘Brasil’.

A Blitz veio logo a seguir e mesclou algumas canções mais recentes com seus hits que ajudaram a escancarar a porta para diversas bandas no verão de 82. Evandro incluiu no repertório alguns covers como ‘Sonífera Ilha’ e ‘Óculos’. Particularmente eu preferia que este tempo fosse ocupado com algumas ótimas canções que acabaram ficando de fora, como ‘Volta ao Mundo’, ‘O Beijo da Mulher Aranha’ ou ‘Meu Amor, que Mau Humor’.

Evandro Mesquita. Foto: Juliana Dias
Evandro Mesquita. Foto: Juliana Dias

O Barão subiu ao palco às três da madruga para fechar a noite com a sua famosa pressão ao vivo. De ‘Ponto Fraco’ a ‘Pro Dia Nascer Feliz’, a banda passeou por diversas fases de sua carreira. Uma jornada longa e agradável no alto do Morro, com bons shows e uma ótima estrutura, com diversas opções de alimentação e vários espaços bem produzidos pro povo relaxar e apreciar o visual. O Festival continua no próximo fim de semana, desta vez na Marina da Glória.

Barão Vermelho. Foto: Juliana Dias
Barão Vermelho. Foto: Juliana Dias

No domingo foi a vez do show Irmãos, de Seu Jorge e Alexandre Pires, ideia nascida em uma live no auge da pandemia. Diga-se de passagem, uma das poucas que se salvaram. Dali nasceu um super show.

Uma produção gigantesca e impecável, um repertório perfeito e dois enormes artistas no palco. Banda, figurinos, palco, iluminação, roteiro… difícil enumerar os elogios. O vozeirão do carioca e o talento múltiplo do mineirinho protagonizaram duas horas de uma apresentação de padrão internacional.

+ Veja galeria de fotos do show Irmãos

Mesmo com tudo beirando a perfeição, acho que preciso falar algo a mais sobre Alexandre Pires. O ex-SPC é o grande nome da geração do pagode dos anos 90. O mineiro, além de excelente cantor, dança, toca e esbanja carisma no palco.

O repertório alternou sucessos de ambos com outras pérolas como ‘Final Feliz’, de Jorge Vercilo, ‘Coleção’, de Cassiano, e ‘Tempo Perdido’, da Legião. Showzaço que valoriza cada centavo pago pela multidão que esteve na Marina da Glória.

Seu Jorge e Alexandre Pires. Foto: Juliana Dias
Seu Jorge e Alexandre Pires. Foto: Juliana Dias

Antes da dupla, sob um lindo entardecer na Guanabara, Diogo Nogueira sacodiu o público com trocentos clássicos do samba vestidos luxuosamente por uma bandaça, com muita ênfase na percussão. Final de semana mais carioca, impossível.

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