Caso de afastamento de diretor da Globo por racismo causa espanto

Por incrível que possa parecer, em pleno 2022, os casos de racismo no Brasil e no mundo, ao invés de desaparecerem, aumentam.

Têm sido reincidentes as denúncias e a prática deste crime, mesmo diante de todas as transformações pelas quais as sociedades passaram e torna-se inacreditável que este tema ainda esteja presente no cotidiano e o combate implacável contra os autores tenha de ser cada vez mais ostensivo.

Nesta quinta-feira (17) a cúpula da TV Globo afastou temporariamente o diretor de novelas Vinicius Coimbra. Ele foi alvo de denúncias de racismo por atrizes do elenco de Nos Tempos do Imperador.

As denúncias de racismo teriam ocorrido em janeiro de 2020 e foram feitas pelas atrizes Roberta Rodrigues, Cinnara Leal e Dani Ornellas ao departamento de compliance da Globo, responsável por apurar condutas imorais e criminosas no ambiente de trabalho. A queixa foi descrita como prática de racismo e segregação nos bastidores da novela, que foi exibida até o dia 5 de fevereiro.

Coimbra estava, neste momento, à frente da nova novela das seis, Mar do Sertão, e foi substituto por Allan Fiterman. Ele ainda não se pronunciou. Segundo as artistas, até mesmo os camarins eram um mecanismo de segregação, uma vez que os negros ficavam separados dos brancos.

A prática do racismo é crime inafiançável previsto pela Lei 7.716/89 e deve sempre ser denunciado. “Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Pena: reclusão de um a três anos e multa”, diz o artigo 20 do Código Penal.

A legislação ainda considera o racismo “crime inafiançável e insuscetível de graça ou anistia a prática, por ele respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-lo, se omitirem; devendo cumprir a pena integralmente em regime fechado”.

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