Show histórico de Madonna emociona 1,6 milhão de fãs

Madonna ao violão. Foto: Reprodução/Vídeo

Madonna ao violão. Foto: Reprodução/Vídeo

Música. Histórico! Excepcional! Inesquecível! Faltam palavras para descrever o show que a cantora Madonna realizou neste sábado (4) nas areias da Praia de Copacabana. Cerca de 1,6 milhão de pessoas – muitas vindas de outros estados do Brasil e de outros países – se emocionaram com o show de encerramento da turnê “The Celebration Tour”, que festeja os 40 anos de carreira da Rainha do Pop.

A festa começou, por volta das 20h, com o DJ americano Diplo. Conhecido pela parceria com grandes nomes da música, Diplo já trabalhou com Anitta e Pabllo Vittar e colocou muito funk nas carrapetas para animar o público. O ator e dançarino Christopher Caldwell, conhecido como Bob The Drag Queen, vestido como uma dama antiga, foi o anfitrião surgindo entre o público para contar o início da carreira musical da estrela. “Vocês estão prontos? Não é só uma festa. É uma celebração”, anunciou. Ele lançou um desafio para os fãs aprenderem a coreografia da música “Give me All Your Luvin”.

Bob The Drag Queen. Foto: Reprodução/Vídeo

Sucessos de 40 anos – O repertório do show, dividido em sete atos, foi composto por 26 músicas que passeiam pela carreira da diva pop desde o LP de estreia (Madonna, 1985) até o mais recente trabalho de estúdio (Madame X, 2019).

Com look totalmente preto, Madonna iniciou o show com “Nothing Really Matters”, faixa do álbum “Ray of Light” (1998). A música, de estilo eletrônica, passa por diferentes gêneros musicais e é considerada um dos trabalhos mais pessoais da cantora.

Madonna. Foto: Reprodução Vídeo

Em seguida, veio a dançante “Everybody”. Com uma batida rhythm & blue, foi lançada em 1982, sendo o primeiro single de sua carreira. “Into the Groove”, a música seguinte, foi trilha sonora de “Procura-se Susan Desesperadamente”, filme protagonizado pela popstar em 1985.

Início da carreira – “Conseguimos! Eu estou muito feliz de estar aqui. Rio, estamos no lugar mais lindo do mundo com o mar, as montanhas, Jesus. Aqui é mágico! Muito obrigada!”, agradeceu emocionada. “Eu vou contar a vocês a história da minha vida. Não é um filme. É a vida como ela é. A minha vida é doida e vocês são uma grande parte disso. Eu vou contar como se eu estivesse lendo o meu diário pessoal: sonhos, coisas que as pessoas não sabem. Só gente do Rio”, comentou para delírio da plateia. “Era assim que eu era há 40 anos. 40 anos!!!”, exclamou como se não estivesse acreditando no tempo que passou.

Ao lado de uma dançarina representando como ela se vestia há 40 anos, Madonna contou em tom bem humorado como iniciou a carreira. “Ela está até mais fofa do que eu era”, brincou. “Ela nunca sai do meu lado. Ela é corajosa, valente, ingênua, idealizadora, ridícula, mas ela tem um sonho. E se você não tiver um sonho, você não torna o impossível, possível. Lembrem-se disso. E, acima de tudo, lembrem-se das suas origens. Lembrem-se do passado, do presente e do futuro que ainda vem”, aconselhou antes de abraçar a sua clone. “Eu cheguei a Nova York com 35 dólares para ser uma bailarina profissional e olha o que aconteceu:  eu sou uma bailarina profissional, mas eu também escrevo músicas. É verdade que eu fiz umas coisas muito doidas para chegar onde estou, mas olha só, nesta vida você tem que ser um pouco doida”, comentou. “Graças a Deus que eu conheci esse cara numa festa. Eu tive que fazer um carinhosinho para poder tocar em bares (fez um gesto sexual). Você pode até se vender no meio do caminho, mas não consegue se vender para chegar ao topo”, afirmou antes de cantar “Burning Up”. A música “Open Your Heart” – carregada de insinuações sexuais escrita inicialmente para Cindy Lauper, que não aceitou gravá-la – e “Holiday” fizeram uma sequência de sucessos dançantes dos anos 80.

Homenagem a brasileiros – Um dos momentos mais aguardados e emocionantes do show veio com a interpretação emocionada da balada “Live to Tell”. À semelhança do que aconteceu em outros países, foram exibidos rostos de brasileiros anônimos e famosos que morreram em decorrência da Aids. Entre outros foram homenageados os cantores e compositores Cazuza e Renato Russo, o sociólogo e ativista dos direitos humanos Betinho e a atriz Sandra Bréa que apareceram nos gigantescos telões de LED.

Telão Show da Madonna. Reprodução/Vídeo

A cenografia foi um show à parte, especialmente em “Like a Prayer”. David Banda, de 18 anos, seu filho, faz uma participação representando o cantor Prince, que tocou guitarra na faixa título do álbum. Usando imagens religiosas, os dançarinos ficaram pendurados como mártires em um altar. A imagem faz referência ao polêmico videoclipe lançado pela cantora em 1989 que causou grande controversa por utilizar símbolos religiosos, como cruzes em chamas, e por mostrar a cantora sonhando em fazer amor com um santo negro. Na época, o Vaticano condenou o projeto e a Pepsi cancelou o contrato de 5 milhões de dólares com a cantora.

Madonna. Foto: Reprodução/Vídeo

Madonna emendou “Erotica”, título de um álbum conceitual sobre relações sexuais e amorosas. O single foi lançado simultaneamente ao livro Sex, que contém fotografias explícitas da cantora. Fechando as canções sensuais, “Justify My Love”, cujo vídeoclipe continha imagens de sadomasoquismo e voyeurismo e causou polêmica em todo o mundo, devido às imagens sexuais explícitas, sendo banido posteriormente das TVs. Um ringue foi montado no palco e Madonna usou uma peruca lembrando o visual de cabelos curtos dos anos 80. A bailarina novamente representando a Madonna de anos atrás usou o icônico corselet da turnê “Blonde Ambiton”.

Madonna. Foto: Reprodução/Vídeo

Participações especiais – “Hung Up” foi embalada com movimentos sensuais onde todos os dançarinos, homens e mulheres, fizeram topless, incluindo um beijo ardente de Madonna em uma dançarina. “Bad Girl” teve a interpretação ao piano de sua filha Mercy James, de 18 anos.

Madonna e Mercy James, Foto: Reprodução/Vídeo

Em “Vogue”, Madonna apareceu com um micro vestido com as cores da bandeira do Brasil. Neste momento, no palco foi criado um ball, misto de baile, desfile e concurso surgido em Nova York na década de 70. As carrapetas ficaram a cargo de uma de sua filha gêmea, Estere, de 11 anos. A cantora Anitta, com quem Madonna gravou “Faz Gostoso”, foi chamada para dar notas aos dançarinos, entre eles, a outra filha gêmea da postar, Stella, que deu um show de dança. A popstar chamou a brasileira para sentar em um banco, assim como ela, e dois dançarinos simularam sexo oral.

Anitta e Madonna. Foto: Reprodução/vídeo

O romantismo esteve presente em “Crazy for You”, tema dos filmes “Em Busca da Vitória” e “De Repente 30”. “Die Another Day”, embora não seja um de seus maiores sucessos, foi incluída no repertório depois que a diva pop passou por um grave problema de saúde e ficou internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por causa de uma infecção bacteriana, antes iniciar a turnê por 14 países. Em declaração à multidão presente na The O2 Arena, onde a turnê iniciou, a cantora comentou: “Eu não pensei que conseguiria, e nem meus médicos,” afirmou. “É por isso que acordei com todos os meus filhos sentados ao meu redor”, disse. “Esqueci cinco dias da minha vida, ou da minha morte. Não sei bem onde estava, mas os anjos estavam me protegendo. E meus filhos estavam lá. E meus filhos sempre me salvam, todas as vezes”.

“Obrigada por me receberem aqui” – Por falar em filhos, David Banda tocou violão em “Don’t Tell Me” e em “La Isla Bonita”. E também ao violão, Madonna comandou o público em “Express Yourself”. Descontraída, brincou com a plateia: “Eu sei o que significa gostosa. Eu tenho certeza que é um elogio. Eu já vim ao Rio algumas vezes. Eu conheço alguns nomes brasileiros: safada, bunda suja. Eu sei também mais algumas palavras pesadas”, brincou. Depois, a diva novamente agradeceu: “Eu quero falar do quanto de gratidão e de amor eu sinto de todos os fãs brasileiros há tantos anos. Eu quero chorar. Por tantos anos vocês sempre estiveram do meu lado com essa bandeira verde e amarela que eu vejo por todos os lados e eu sinto no meu coração e aqui na minha periquita. É assim que as crianças nascem, tá, então eu posso falar dela”, comentou com seu jeito irônico. “Tem um mar lindo, tem as montanhas. Meu Deus, eu estou no meio de todo esse paraíso! Obrigada por me receberem aqui. Eu já queria vir aqui há tanto tempo, mas não encontrava espaço na minha agenda. Então eu pensei: eu preciso fazer um show na praia”, falou sendo ovacionada pela plateia.

“A nação queer sempre esteve ao meu lado e eu agradeço a vocês. Agradeço todos os artistas, todas as pessoas que arriscaram, todas as pessoas que lutam pelo seu direito de ser livre, de amar quem quiser. Sem medo. E eu vou lutar por vocês até o dia da minha morte”, garantiu.

Madonna ao violão. Foto: Reprodução/Vídeo

E quando o Samba tocava – “La Isla Bonita” teve mais participação brasileira. Vinte ritmistas mirins dividiram o palco na canção que cita o samba enquanto Pabllo Vittar dançou com Madonna – as duas com camisas e bandeiras do Brasil. Com remix de “Music”, ao fundo um telão mostrava imagens de personalidades brasileiras como Pelé, Gilberto Gil, Marta, Marielle Franco, entre outros.

Ritmistas no show da Madonna. Foto: Reprodução/vídeo

 

Pabllo Vittar e Madonna. Foto: Reprodução/Vídeo

“Bedtime Story” fez um retrospecto com imagens da carreira. “Ray of Lights” veio em seguida, mostrando Madonna com um visual mais futurista. “Rain” inundou as areias de Copacabana de romantismo.

Madonna. Foto: Reprodução/Vídeo

Um de seus maiores sucessos, “Like a Virgin” também teve uma participação para lá de especial. Na canção, intercalada com um remix de “Billie Jean”, a rainha do pop dividiu o telão com o rei do pop, Michael Jackson. O público foi à loucura com o encontro que aconteceu somente graças à tecnologia.

Michael Jackson e Madonna. Foto: Reprodução/Vídeo

O espetáculo mágico, cheio de efeitos especiais, foi encerrado com “Celebration” que fez um mix de “Lucky Star”, “Material Girl”, Vogue” “Express Yourself” e “Bitch I’m Madonna com os dançarinos usando vários dos seus looks usados em todas as fases ao longo dos anos. Simplesmente, um show inesquecível!

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