Resistência! Itens do Boi Caprichoso dançam em defesa dos povos indígenas

A cunhã-poranga, Marciele Albuquerque, e o pajé, Erick Beltrão, itens do Boi Caprichoso. Foto: Michel Amazonas/Divulgação

A cunhã-poranga, Marciele Albuquerque, e o pajé, Erick Beltrão, itens do Boi Caprichoso. Foto: Michel Amazonas/Divulgação

A cunhã-poranga, Marciele Albuquerque, e o pajé, Erick Beltrão, protagonizaram neste sábado (11) a Noite da Resistência do Boi-Bumbá Caprichoso, no Curral Zeca Xibelão.

Os dois itens representam a força da matriz indígena no Festival Folclórico de Parintins e levantam a bandeira de luta contra todas as mazelas enfrentadas pela filhos da grande floresta, sobretudo o garimpo ilegal e o desmatamento da Amazônia.

O Povo Caprichoso participou em massa da festa e testemunhou o brado do boi negro de Parintins. Comandada pelo talento e pela voz do apresentador, Edmundo Oran, a galera azul entoou grandes clássicos do festival e deu o tom para as apresentações da bela guerreira e do curandeiro azul.

O pajé, Erick Beltrão, item do Boi Caprichoso. Foto: Michel Amazonas/Divulgação
O pajé, Erick Beltrão, item do Boi Caprichoso. Foto: Michel Amazonas/Divulgação

Para Erick, o Caprichoso assume um papel crucial na luta pelos povos indígenas. “Através da nossa dança e do nosso canto, assumimos essa responsabilidade de dar voz e visibilidade aos povos originários. Eles existem e resistem frente a todas as ações devastadoras atualmente. Nós nos unimos nesta luta em defesa da Amazônia”, destaca.

Marciele chamou atenção para a falta de amparo aos povos indígenas, principalmente aqueles que vivem isolados. “Nós temos ciência de toda essa problemática e queremos erguer nossos punhos em todos os lugares, pois o Caprichoso é o boi das causas amazônicas, sabe da realidade enfrentada e, por isso, ergue seu canto de protesto e defesa, sobretudo daqueles que lutam por sua soberania”, enfatiza.

A cunhã-poranga, Marciele Albuquerque, itenm do Boi Caprichoso. Foto: Michel Amazonas/Divulgação
A cunhã-poranga, Marciele Albuquerque, itenm do Boi Caprichoso. Foto: Michel Amazonas/Divulgação

O presidente do Caprichoso, Jender Lobato, destacou o empenho dos itens individuais do bumbá em preparação ao Festival Folclórico. “Hoje a noite foi protagonizada pela Marciele e pelo Erick e nós estamos muito confiantes no trabalho dos dois, assim como dos demais itens que estão numa sequência energética de ensaios técnicos e preparação física. Eu não tenho dúvida que a nação azul e branca se sente muito bem representada, assim como nós da diretoria”, ressalta.

Aniversariantes da noite

A festa também foi especial pelo aniversário dos grupos Corpo de Dança Caprichoso (CDC) e Troup Caprichoso, que comandaram o espetáculo coreográfico no palco do Curral Zeca Xibelão. Integrantes antigos, que marcaram época nos dois grupos, participaram da performance na noite. O repertório da festa foi um show a parte, com toadas clássicas do Festival de Parintins que fizeram o público dançar, se divertir e matar a saudade do Boi Caprichoso.

O diretor coreográfico do bumbá, Jair Almeida, destaca que os grupos de dançarinos deixaram um legado vivo dentro do Caprichoso. “Eles deram início a todo este processo de criação e execução das coreografias e hoje nós temos orgulho de olhar para trás e perceber o quanto foram fundamentais para a construção e consolidação do ritmo do Boi-bumbá“, explica.

Noite da Resistência do Boi-Bumbá Caprichoso. Foto: Michel Amazonas/Divulgação
Noite da Resistência do Boi-Bumbá Caprichoso. Foto: Michel Amazonas/Divulgação

O Boi Caprichoso levará para a arena do Bumbódromo o tema “Amazônia, Nossa Luta em Poesia” nas noites de 24, 25 e 26 de junho.

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