Claudio Francioni. Foto: Nicolas Renato Photography

Claudio Francioni

Carioca, apaixonado por música. Em relação ao assunto, estuda, pesquisa e bisbilhota tudo que está ao seu alcance. Foi professor da Oficina de Ritmos do Núcleo de Cultura Popular da UERJ, diretor de bateria e é músico amador, já tendo participado de diversas bandas tocando contrabaixo, percussão ou cantando.

Por um mundo melhor

Dia 12 de janeiro de 2001. Há 20 anos e um dia, o Rock in Rio voltava pra casa e celebrava sua terceira edição, usando como sobrenome o título citado aqui em cima. Bem maior do que nas duas primeiras edições, era um embrião do grandioso evento que se tornaria no terceiro milênio, com palcos secundários e espaço para música eletrônica. Com escalações um pouco mais equilibradas do que em 85 e 91, sobrou apenas pra Carlinhos Brown, que recebeu a famosa chuva de garrafas plásticas depois de perguntar aos fãs do Guns’n’Roses se estavam com sede.

Outra ideia que não rolou foi o gramado natural, que durou apenas os dois primeiros dias. Na segunda sexta-feira do evento, noite do “metal”, caiu um dilúvio que fez muita gente lembrar da estreia do festival em 85, marcado por muita água e lama. Acabou a grama. No último dia, o de maior lotação, uma nuvem de poeira envolvia a Cidade do Rock.

Também foi o ano do boicote. Bandas nacionais no auge de suas carreiras, como O Rappa, Skank, Jota Quest, Raimundos e Cidade Negra não se acertaram quanto ao cachê e se negaram a participar. Mesmo desfalcado, o line up nacional foi responsável por alguns dos grandes momentos da edição, como Gil e Daniela Mercury na primeira noite, o antológico show de Cássia Eller na segunda, Ira & Ultraje no primeiro domingo e Elba e Zé Ramalho na segunda semana. A Tenda Brasil também viveu momentos fantásticos. Em um espaço reduzido que lembrava o Circo Voador, passaram Plebe Rude, Sandra de Sá, Los Hermanos, Tianastácia, Simoninha, Jair Rodrigues, Pepeu, Tihuana, Tom Zé, Sá, Rodrix e Guarabyra, Nando Reis, Luis Melodia e mais uma penca de nomes enormes da música nacional. Foi também a primeira vez que a galera teen teve um dia só deles, com Sandy &Júnior, N’Sync e Britney Spears fazendo playback e dando ideia pra Anitta dezoito anos mais tarde.

No Palco Mundo, os destaques internacionais foram Sting, REM (pra mim, o melhor desta edição), Queens of the Stone Age e Iron Maiden (que lançou um DVD do show), Dave Matthews Band, Neil Young e Silverchair. O aguardadíssimo Rede Hot fez um show pra lá de insosso no encerramento do festival.

Foi a última vez que o espaço original do Rock in Rio foi usado. Anos mais tarde, o local se transformaria na Vila dos Atletas para os Jogos Olímpicos do Rio 2016. Uma edição cheia de momentos marcantes. Que venha 2021 (e a vacina antes!).

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