Ana Carolina Garcia. Foto: SRzd

Ana Carolina Garcia

Jornalista formada pela Universidade Estácio de Sá, onde também concluiu sua pós-graduação em Jornalismo Cultural. Em 2011, lançou seu primeiro livro, "A Fantástica Fábrica de Filmes - Como Hollywood se Tornou a Capital Mundial do Cinema", da Editora Senac Rio.

‘O Rei Leão’: remake homenageia o clássico lançado há 25 anos

“O Rei Leão” entrou em cartaz no dia 18 de julho (Foto: Divulgação).

Conhecido pelo público como Happy Hogan, o fiel escudeiro de Tony Stark (Robert Downey Jr.) no Universo Cinematográfico da Marvel (UCM), Jon Favreau é um cineasta que carrega na bagagem grandes sucessos, dentre eles, “Homem de Ferro” (Iron Man – 2008) e “Mogli – O Menino Lobo” (The Jungle Book – 2016). Agora, enquanto sua última empreitada como ator e produtor executivo, “Vingadores: Ultimato” (Avengers: Endgame – 2019), caminha para se tornar o longa-metragem mais lucrativo da História, Favreau entrega um título que promete encher ainda mais o cofre do Tio Patinhas, ops, da Disney: “O Rei Leão” (The Lion King – 2019), que entra em cartaz nesta quinta-feira, dia 18.

 

Chamado pelo estúdio de versão em live-action do clássico “O Rei Leão” (The Lion King – 1994), o novo longa é, na verdade, um remake em computação gráfica que funciona como uma bela homenagem à animação dirigida por Roger Allers e Rob Minkoff, vencedora do Oscar de melhor trilha sonora e canção original (“Can You Feel the Love Tonight”). Isto pode ser observado já em sua sequência de abertura, que é uma cópia quase fiel da original, emocionando a plateia ao som de “Circle of Life”.

 

Núcleo formado por Scar e as hienas está mais sombrio e ameaçador que no original (Foto: Divulgação).

 

Brincando com a memória afetiva do público a todo instante, este remake mantém alguns diálogos originais, mas também adiciona elementos novos que lhe concedem certo frescor, principalmente ao colocar Nala (voz de Beyoncé) com mais destaque no terceiro ato. No entanto, esta adaptação em computação gráfica se distancia do clássico ao apostar no tom sombrio do núcleo de Scar (voz de Chiwetel Ejiofor) e das hienas, que perderam a personalidade debochada em prol de uma postura ameaçadora, algo condensado, sobretudo, em Scar e Shenzi (voz de Florence Kasumba), que surge como uma espécie de líder dos aliados do irmão de Mufasa (voz de James Earl Jones, que também dublou o personagem na animação).

 

Na trama, Simba (vozes de JD McCrary e Donald Glover) é o herdeiro do trono do Reino da Pedra do Rei, mas foge ainda filhote após a morte do pai, Mufasa, vitimado pela inveja e ira de Scar. Anos mais tarde, vivendo livremente ao lado de Timão (voz de Billy Eichner) e Pumba (voz de Seth Rogen), Simba se vê obrigado a voltar ao Reino para lutar pelo trono e honrar o legado de seu pai.

 

Remake impressiona pelos detalhes de personagens e cenários (Foto: Divulgação).

 

Assim como em “Mogli, O Menino Lobo”, Favreau mantém o padrão Disney de qualidade intacto, utilizando todos os recursos técnicos disponíveis na Hollywood contemporânea. O resultado é um espetáculo visual que aposta nos mínimos detalhes de cenários e personagens, inclusive em termos de movimentos, tendo como alicerce o impecável trabalho do departamento de som na recriação de sons emitidos por animais das mais variadas espécies. Contudo, este remake apresenta problemas de falta de sincronia entre dublagem e movimentos faciais, o que pode ser observado com mais afinco em Mufasa.

 

No que diz respeito ao time de dubladores, os destaques são o veterano James Earl Jones, que ainda consegue transmitir a força e grandiosidade de Mufasa, e a dupla formada por Billy Eichner e Seth Rogen, responsável pelos momentos de comicidade do longa. No entanto, Beyoncé não demonstra o menor entusiasmo como a melhor amiga de Simba, dublando como se estivesse no modo automático, fazendo de Nala uma personagem carente de emoção, inclusive na sequência ao som de “Can You Feel the Love Tonight”.

 

Mesmo sem a emoção e a elegância dos traços do clássico que está completando 25 anos, o novo “O Rei Leão” consegue impactar a plateia não apenas pelo primor técnico, mas também por meio de sua trama atemporal que aborda temas universais, tais como responsabilidade para com os seus, religiosidade, redenção e traição. É mais um acerto da Disney nesta fase de remakes de suas aclamadas animações.

 

Assista ao trailer oficial legendado:

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