Ana Carolina Garcia. Foto: SRzd

Ana Carolina Garcia

Jornalista formada pela Universidade Estácio de Sá, onde também concluiu sua pós-graduação em Jornalismo Cultural. Em 2011, lançou seu primeiro livro, "A Fantástica Fábrica de Filmes - Como Hollywood se Tornou a Capital Mundial do Cinema", da Editora Senac Rio.

‘Malévola: Dona do Mal’: mantém o padrão de qualidade técnica da Disney

“Malévola: Dona do Mal” tem orçamento estimado em US$ 185 milhões (Foto: Divulgação).

Principal estreia desta quinta-feira, dia 17, nos cinemas brasileiros, “Malévola: Dona do Mal” (Maleficent: Mistress of Evil – 2019) chega com a promessa de repetir o sucesso de “Malévola” (Maleficent – 2014), que faturou US$ 758,5 milhões em todo o mundo.

 

“Malévola: Dona do Mal” é ambientado cinco anos após os eventos de seu antecessor e mostra Aurora (Elle Fanning) como a Rainha dos Moors e prestes a se casar com Philip (Harris Dickinson), príncipe do Reino vizinho, Ulstead. Para celebrar o noivado do filho, o Rei John (Robert Lindsay) e a Rainha Ingrith (Michelle Pfeiffer) convidam Aurora e Malévola (Angelina Jolie) para um jantar, mas uma confusão ameaça a segurança de ambos os reinos e seus respectivos habitantes.

 

Oferecendo uma trama simples que tem a vingança como fio condutor, o novo longa tem no roteiro assinado por Micah Fitzerman-Blue, Noah Harpster e Linda Woolverton sua maior fragilidade. Isto se deve ao fato de a trama ser desenvolvida sem cuidados, algo que pode ser observado com mais afinco na maneira com a qual personagens “desaparecem” sem nenhuma explicação plausível, voltando à cena quando é conveniente aos roteiristas, sendo subutilizados na maior parte do tempo. Com isso, o arco dramático da relação de Aurora e Philip não é explorado em sua totalidade, assim como o da jovem com sua madrinha, Malévola, a quem tem como mãe. Outra questão mal trabalhada é a política, personificada na figura da Rainha Ingrith, mulher sedenta por vingança que usa seu poder para manipular os súditos, tendo a incitação do medo como combustível – “A habilidade de criar medo nos seus súditos”, diz a Rainha sobre o que considera ser “um bom líder”.

 

Michelle Pfeiffer em cena como a Rainha com sede de vingança (Foto: Divulgação).

 

Destinado ao público de todas as idades, “Malévola: Dona do Mal” conta com pitadas de humor que lhe concedem leveza, mesmo nas sequências em que a vilania e a vingança tomam conta da narrativa, e tem como principal alicerce a escalação de seu elenco, integrado entre si e seus respectivos personagens. Neste ponto, destacam-se Michelle Pfeiffer, Elle Fanning e Angelina Jolie. Enquanto Fanning e Jolie esbanjam química em cena e tornam crível a relação entre Aurora e Malévola, Pfeiffer opta por fazer um retrato contido da loucura potencializada pelo poder conferido pela coroa de Ulstead.

 

Dirigido pelo norueguês Joachim Rønning, de “Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar” (Pirates of the Caribbean: Dead Men Tell No Tales – 2017), “Malévola: Dona do Mal” mantém o padrão de qualidade Disney ao oferecer um espetáculo visual e sonoro ao espectador, ainda mais rico em detalhes que “Malévola”. É uma produção tecnicamente rebuscada, sobretudo quando mostra Moors e seus habitantes.

 

Apesar do roteiro problemático, “Malévola: Dona do Mal” é eficiente ao transmitir a mensagem de que o amor é o antídoto contra diversos males, dentre eles, a vingança e o ódio que originam a guerra. Desta forma, prega que as diferenças precisam ser respeitadas por todos em prol da união advinda principalmente do amor ao próximo, independentemente da origem de cada um – “O importante não é de onde viemos, mas quem nós amamos”.

 

Assista ao trailer oficial legendado:

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