Garantido abre Festival de Parintins com força e imponência, mas peca em detalhes

Primeira noite do Garantido 2019. Foto: Diego Araújo/SRzd

O que se viu na abertura do Festival de Parintins 2019, nesta sexta-feira (28), foi um Boi Garantido bem diferente dos anos anteriores. Muito superior às apresentações que realizou em 2018 e 2017, o bumbá vermelho mostrou força e imponência na primeira noite de festa, principalmente em relação à parte artística, mas pecou em detalhes que podem custar caro na apuração da próxima segunda (1º).

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O Garantido abriu seu espetáculo “O boi das lutas do povo” – subtema de “Nós, o Povo!” – com a declamação de um poema que convidada povos de todo o Brasil, e apostou na lenda amazônia “Sete Espíritos” para impactar o júri logo de cara. Um dos projetos mais aguardados do bumbá foi um dos pontos altos da apresentação. A lenda contou uma alegoria repleta de efeitos, assinada pelo artista Roberto Reis, e um excelente desempenho do levantador de toadas Sebastião Júnior. A cunhã-poranga Isabelle Nogueira apareceu na alegoria e evoluiu com os requisitos necessários para a nota 10.

Primeira noite do Garantido 2019. Foto: Diego Araújo/SRzd

Na sequência, um elemento alegórico trouxe três tuxauas para Arena. A inovação – já que foi a primeira vez que os capacetes saíram de uma alegoria – causou surpresa e impacto, mas faíscas de um efeito de fogo do módulo alegórico fizeram um dos tuxauas ter parte da fantasia queimada. Bombeiros precisaram entrar no Bumbódromo para apagar as chamas. O boi rival, Caprichoso, entrou com tentativa de impugnação, já que fogos quentes são proibidos pelo regulamento. O Garantido, no entanto, afirma que os fogos eram frios.

Tribos indígenas e grupos de dança também foram pontos negativos da apresentação do bumbá. Pouco elaborada e em alguns momentos confusa, a coreografia ficou longe de ser o forte do Garantido na primeira noite.

Primeira noite do Garantido 2019. Foto: Diego Araújo/SRzd

A celebração folclórica “Aldeia cultural” trouxe gigantesca alegoria, mas que ficou prejudicada por não ter tido uma iluminação adequada. O elemento alegórico trouxe o Boi-Bumbá Garantido, a sinhazinha da fazenda Didja Cardoso, e a porta-estandarte Edilene Tavares. O boi, conduzido pelo tripa Denildo Piçanã, foi uma das sensações da noite. Ele piscava os olhos durante a evolução.

A figura típica regional, “O Juteiro”, cumpriu seu papel, mas diferente das outras alegorias, não impressionou e pecou no acabamento. Ela trouxe a rainha do folclore Brenda Beltrão, que fazia boa evolução até o sutiã da fantasia arrebentar e prejudicar o resto da sua dança.

Primeira noite do Garantido 2019. Foto: Diego Araújo/SRzd

A música escolhida para contar ponto na noite foi a toada-tema “Nós, o Povo!”, bem defendida por Sebastião Júnior. Outra toada que teve destaque foi “Rosas Vermelhas”, que fala do empoderamento feminino. A música foi cantada por três mulheres e teve destaque da noite do Garantido.

Quem também esteve muito bem em seu item foi o apresentador Israel Paulain. O amo do boi, Gaspar Medeiros, sentiu a estreia e foi apenas razoável. A galera melhorou em relação a 2018, mas ainda pode mais. A organização do conjunto folclórico funcionou, apesar da noite ter sido repleta de acontecimentos e a mudança de cenários muito rápida.

Primeira noite do Garantido 2019. Foto: Diego Araújo/SRzd

O grande momento do bumbá ficou para o fim, com o ritual “Kawahiva”, assinado pelo artista Marialvo Brandão. A melhor alegoria da noite impressionou o público e trouxe o pajé estreante Adriano Paketá, que repetiu o excelente desempenho dos ensaios e levantou a galera.

O Boi Garantido encerrou a primeira noite com 2 horas e 29 minutos de apresentação.

Primeira noite do Garantido 2019. Foto: Diego Araújo/SRzd

*Colaboraram Diego Araújo e Júlia Andrade

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