Garantido faz apresentação apoteótica em última noite de Festival de Parintins

Os erros do Boi Garantido nas duas primeiras noites podem, sim, prejudicar o bumbá na apuração desta segunda (1º), mas a apresentação da última noite do Festival de Parintins, neste domingo (30), deixou algo claro para quem assistiu ao espetáculo: o boi do coração pode, e com muitos méritos, ser campeão do festival pela 32ª vez.

Com uma noite que falou sobre a liberdade, como subtema de “Nós, o Povo!”, o Garantido teve passagem apoteótica pelo Bumbódromo e realizou sua melhor apresentação dos últimos anos. Com pouquíssimos erros, um repertório musical emocionante, uma galera vibrante e boa parte artística, o bumbá saiu ovacionado da arena e confiante no título.

A primeira parte da apresentação contou com a celebração folclórica criada por dois mestres do Festival de Parintins: Jair Mendes e Vandir. A dupla construiu uma belíssima alegoria, que trouxe a rainha do folclore, Brenda Beltrão, e a sinhazinha da fazenda, Didja Cardoso, ambas perfeitas. Quem também chegou no módulo alegórico foi o boi-bumbá, porém, teve problemas para sair da alegoria e pode ser penalizado.

A lenda amazônia “Wadye” também impressionou pelo módulo alegórico diferenciado e a interação da cunhã-poranga Isabelle Nogueira que, logo em seguida, fez mais uma exibição digna da nota máxima. A figura típica regional, que exaltou o “Cabloco”, trouxe uma alegoria que se transformava. Nela, veio a porta-estandarte Edilene Tavares. Com garra e raça, ela passou sem erros pela arena.

Coreografia e tribos indígenas, que foram ponto negativo do touro branco nas duas noites anteriores, tiveram seu melhor desempenho. O trio Israel Paulain, Sebastião Júnior e Gaspar Medeiros – apresentador, levantador e amo do boi – também fizeram suas melhores apresentações dos três dias.

Outro ponto alto da noite foi o ritual indígena “Palikur”. Com alegoria gigantesca e repleta de efeitos, o item foi bem defendido e trouxe o pajé Adriano Paketá. Organizado, o Garantido teve tempo de sobra, ao final, para brincar de boi e sair tranquilamente da arena.