Soninha Francine conta sobre seu namoro com ex-morador de rua

Soninha e Paulo Sergio. Foto: Reprodução

A vereadora e jornalista Soninha Francine, de 49 anos, contou em entrevista ao “Estadão” sobre seu namoro com o ex-morador de rua Paulo Sergio Rodrigues Martins, de 41, com quem se relaciona desde 2014. Os dois se conheceram durante uma ação social organizada por Soninha e dois amigos em que a proposta era que os participantes criassem vínculos de afeto e amizade com a população que morava na rua.

Em entrevista, a vereadora contou como foi o primeiro contato com o homem que vivia nas ruas há 20 anos. “Eu conheci o Paulo faz uns quatro anos, gostei dele no dia que o conheci, e ele foi bem antipático comigo”, disse. “Quando o encontrei, ele estava imundo. Em estado lamentável, com a barba toda emaranhada. Era o protótipo do morador de rua”. Soninha revelou ainda que se apaixonou no primeiro dia.  Antes do início do relacionamento, os encontros dos dois eram na rua e o primeiro beijo foi debaixo do Minhocão.

Soninha contou também sobre as dificuldades do casal, que iam desde o alcoolismo de Paulo Sergio até a rejeição da família dela. Para levá-lo para sua casa, a vereadora contou que demorou um tempo para acontecer. “Hesitei muito. Era um cara super impulsivo, de emoções extremadas. Na rua a gente já tinha desentendimentos. Mas a gente tinha que namorar em algum lugar. E criei coragem”. E revelou ainda como foi o primeiro dia de Paulo Sergio em sua casa. “Ele se olhou no espelho pela primeira vez, viu seu aspecto, e me disse: ‘Meu Deus, como você foi gostar de mim?’. Hoje ele se cuida, curte passar um gel no cabelo, anda cheiroso, usa calças legais. Ele até pega no meu pé com o jeito que eu me visto. Joga fora tênis velho, esconde meus moletons. Mudei meu jeito de vestir por causa dele, comecei a prestar mais atenção. Hoje me olho mais no espelho”.

O alcoolismo de Paulo Sergio fez com que o relacionamento tivesse muitos pontos baixos. “Quem bebe fica desagradável. Ele chegava a ser rude comigo na frente de outras pessoas. Completamente injusto. Meus amigos não suportavam. Só amando muito para aguentar, ou sendo um budista paciente”, contou Soninha ao “Estadão”. As filhas da vereadora não apoiaram o relacionamento da mãe. “O que doeu foi minhas filhas terem tido total rejeição. Eu entendo, estavam preocupadas comigo, tinham medo por mim. E eu falava pra elas que eu também tinha, que eu não estava viajando, achando que tinha encontrado uma pessoa super equilibrada. Elas realmente acreditavam que a mãe tinha enlouquecido”.

Paulo Sergio não bebe há quatro meses. “Agora que ele parou de beber, tenho uma relação que me faz bem”, contou Soninha.