Ana Carolina Garcia. Foto: SRzd

Ana Carolina Garcia

Jornalista formada pela Universidade Estácio de Sá, onde também concluiu sua pós-graduação em Jornalismo Cultural. Em 2011, lançou seu primeiro livro, "A Fantástica Fábrica de Filmes - Como Hollywood se Tornou a Capital Mundial do Cinema", da Editora Senac Rio.

Disney+ chega para sacudir a concorrência

A Disney+ oferece vasto catálogo para todas as idades (Foto: Divulgação).

A espera finalmente acabou! A Disney+ iniciou suas atividades no Brasil na última terça-feira, dia 17, sacudindo a concorrência. Única plataforma de streaming a disponibilizar títulos da Disney, Pixar, Star Wars, Marvel e National Geographic, a Disney+ surpreende pela organização de seu catálogo, que chama a atenção por conter uma seção que divide as produções por décadas, possibilitando ao assinante observar a evolução da empresa fundada pelos irmãos Walt e Roy Disney em 1923, sob o nome de Disney Brothers Studio.

 

“O lançamento do Disney+ na América Latina é um marco na história da Companhia na região e marca o início de um período inédito de inovação e criatividade. Estamos muito orgulhosos de compartilhar com o nosso público esta nova experiência que eles esperavam com entusiasmo. A partir de hoje (17/11), Disney+ oferece acesso exclusivo ao incrível catálogo de conteúdo da Disney, Pixar, Marvel, Star Wars e National Geographic, é a primeira e única opção de acesso streaming com presença exclusiva de todos os conteúdos cinematográficos disponíveis das nossas marcas, e é o único destino digital que possui todo o conteúdo produzido em formato de home video (séries, filmes para TV, documentários, shows, eventos e programas especiais). O serviço também inclui um robusto catálogo de séries e filmes originais Disney+, um selo de produção própria, com uma variedade de títulos que podem ser vistos apenas em nossa plataforma, bem como conteúdo original produzido localmente em vários países da região para as mais de diversas audiências”, afirmou Diego Lerner, presidente da The Walt Disney Company Latin America, em comunicado oficial à imprensa.

 

Com mais de 73 milhões de assinantes nos últimos 11 meses nos países nos quais está em atividade, sem contabilizar os números da América Latina e do Caribe, a Disney+ se tornou o pote de ouro da empresa numa fase difícil de restrições e prejuízos financeiros ocasionados pela pandemia do novo coronavírus, principalmente no que tange aos parques temáticos que ainda não reabriram em sua totalidade – a Disneyland, em Anaheim (Califórnia), segue fechada por determinação do governo. Na última quinta-feira, dia 12, Bob Chapek, CEO da The Walt Disney Company, enfatizou a importância da plataforma no momento que a Casa do Mickey enfrenta demissões e amarga cerca de US$ 7,4 bilhões em prejuízo este ano em todas as suas divisões, sendo cerca de US$ 6,9 bilhões somente relacionados aos parques (Parks, Experience and Products), segundo o The Hollywood Reporter. “Mesmo com a interrupção causada pelo COVID-19, fomos capazes de administrar nossos negócios com eficácia, ao mesmo tempo em que tomamos medidas ousadas e deliberadas para posicionar nossa empresa para um maior crescimento de longo prazo”, disse Chapek em comunicado à imprensa, confirmando que a Disney retomou a produção de cinema e televisão.

 

Dirigido por Anthony e Joe Russo, “Vingadores: Ultimato” é a maior bilheteria da História do cinema (Foto: Divulgação).

 

Concorrente direta da Netflix e da Amazon Prime Video, a criação da Disney+ significa um passo importante na expansão do império Disney, que detém, entre outras coisas, a rede de televisão americana ABC, a LucasFilm, a Marvel, a Pixar e a Fox, adquirida em 2018 por US$ 71,3 bilhões. Apesar do sucesso inegável, a plataforma do Mickey ainda não atingiu as cifras desejadas por seus executivos, algo previsto para 2024, de acordo com o The Hollywood Reporter. Contudo, a chegada à América Latina e ao Caribe impulsionará o seu crescimento, pois há muito interesse no conteúdo oferecido, não apenas em relação aos sucessos de bilheteria, dentre eles, “Vingadores: Ultimato” (Avengers: Endgame – 2019), que arrecadou US$ 2,797 bilhões e se tornou o filme mais lucrativo da História, mas também aos clássicos em live-action e/ou animação, como “A Noviça Rebelde” (The Sound of Music – 1965), “Splash – Uma Sereia em Minha Vida” (Splash – 1984), “Branca de Neve e os Sete Anões” (Snow White and the Seven Dwarfs – 1937) e “Fantasia” (Idem – 1940).

 

Além disso, há enorme interesse do público, de todas as nacionalidades, nas séries derivadas das marcas Star Wars e Marvel, como por exemplo, “The Mandalorian” (Idem – desde 2019) e as inéditas “WandaVision” (Idem – 2021) e “Falcão e Soldado Invernal” (The Falcon and the Winter Soldier – 2021). Neste ponto, a estratégia comercial da Disney merece ser destacada porque as séries produzidas sob o selo Marvel estarão conectadas ao Universo Cinematográfico da Marvel (UCM), aumentando a expectativa e curiosidade dos fãs.

 

Oferecendo vasto catálogo que inclui mais de 40 títulos produzidos exclusivamente para a plataforma, 500 filmes e sete mil episódios de seriados, a Disney+ chega à região para ficar, inclusive investindo em produções brasileiras, argentinas, colombianas e mexicanas, objetivando criar conteúdo que permita aos seus assinantes latino-americanos maior identificação.

 

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